| Chapada Gaúcha inaugura primeiro banco comunitário mineiro
Moeda social ‘Vereda’ vai circular na cidade por meio do crédito produtivo solidário, crédito para consumo pessoal e serviços financeiros
Brasília, 9 – Nos dicionários, um dos significados para a palavra vereda é rumo, caminho, direção. Na região do Vale do Urucuia, noroeste mineiro, além de dar nome à vegetação local, vereda vai ser, também, o nome da moeda social do Banco Comunitário Chapadense, primeiro do gênero no estado de Minas Gerais e o 46º do país.
A inauguração da unidade será nesta sexta-feira (10), às 20h, como parte da programação do VIII Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas, que acontece até domingo, em Chapada Gaúcha. O evento terá a participação do diretor executivo de Desenvolvimento Social da Fundação Banco do Brasil, Jorge Streit.
Prometendo mudar também rumo, caminho e direção da população de baixa renda de Chapada Gaúcha por promover o consumo e gerar o desenvolvimento econômico local, a Vereda do Banco Comunitário Chapadense poderá ser obtida por empréstimos ou troca de cédulas de Real.
Os serviços oferecidos à população serão o crédito produtivo solidário (com carteira de crédito de R$ 60 mil); crédito para o consumo local em moeda social (com carteira de R$ 3 mil); e serviço financeiros como recebimento de contas de água, luz, telefone e boletos bancários.
“Será um instrumento muito importante para o nosso desenvolvimento, porque vai valorizar o produto local e fazer com que os próprios comerciantes o aceitem melhor. A circulação da moeda social Vereda também contribuirá para que os recursos permaneçam na cidade”, afirma a secretária do Meio Ambiente e Turismo de Chapada Gaúcha, Rosemeire Magalhães Gobira.
Tecnologia Social - O Banco Comunitário é uma tecnologia social que promove serviços financeiros solidários, em rede, de natureza associativa e comunitária, voltados para a geração de trabalho e renda, na perspectiva de reorganizar as economias locais, tendo por base os princípios da Economia Solidária.
A instalação do Banco Chapadense é iniciativa do Instituto Palmas de Desenvolvimento e Socioeconomia Solidária e da Fundação Banco do Brasil, em parceria com a prefeitura municipal. A execução do projeto é da Agência de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável de Chapada Gaúcha (Adisc).
O primeiro empreendimento dessa natureza foi um projeto de desenvolvimento local com ênfase na Economia Solidária, denominado Banco Palmas. Criado em janeiro de 1998, pela Associação dos Moradores do Conjunto Palmeira, bairro localizado na periferia de Fortaleza-CE, o Banco Palmas foi vencedor, em 2005, da categoria Região Nordeste do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social.
Na área de desenvolvimento territorial a Fundação BB realiza o projeto Urucuia Grande Sertão, com ações de desenvolvimento sustentável em comunidades da Bacia do Rio Urucuia, com foco nas cadeias produtivas da fruticultura, artesanato, mandiocultura, apicultura e turismo, além da reaplicação de tecnologias sociais como o banco comunitário.
Para Joaquim Melo, coordenador geral do Instituto Palmas, não existe município ou bairro pobre. “O empobrecimento é o que se perde na poupança local, pois tudo vem de fora. Muita coisa pode ser feita nesses espaços com estimulo à produção e consumo locais”, afirma.
Parceria - Por meio da parceria entre o Instituto Palmas e a Fundação Banco do Brasil serão criados, ainda, bancos comunitários em Uruana, também na região do Vale do Urucuia e na Região do Baixo São Bartolomeu e Bacia do São Marcos, em Goiás.
Serviço
Inauguração do Banco Comunitário Chapadense
Dia: 10.07.09
Hora: 20h
Local: Rua Idearte Alves de Souza, 500 A, Centro (ao lado da Adisc). Chapada Gaúcha-MG
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