| Ações da Fundação BB são apresentadas em conferência da RTS
Presidente Jacques Pena aborda tecnologias sociais de produção agroecológica (Pais), Uma Terra e Duas Águas e saneamento básico rural
Brasília, 17 – A participação do presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena, no painel relacionado às experiências de tecnologia social e desenvolvimento rural’, abriu a sessão desta sexta-feira do último dia da 2ª Conferência Internacional de Tecnologia Social. O evento, iniciado na última quarta-feira (15), está sendo realizado em Brasília/DF.
Jacques Pena falou sobre o projeto de Produção Agroecologia Integrada e Sustentável (Pais) e sobre o programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), além de apresentar as tecnologias sociais de saneamento básico rural reaplicadas com investimentos sociais da Fundação Banco do Brasil.
O Pais é composto por canteiros circulares, irrigação por gotejamento, adubação sem produtos químicos, quintal agroecológico e galinheiro. “Suas premissas são a agricultura orgânica e sustentável, a preservação do meio ambiente, a eliminação do uso de produtos tóxicos e o respeito aos recursos naturais”, afirmou. “Mas não se trata apenas de uma horta. O Pais é um conjunto de técnicas integradas que garante a segurança alimentar de agricultores familiares, pois coloca comida na mesa; define vocação produtiva, porque o excedente e a produção do quintal ecológico são comercializados; e gera trabalho e renda”.
Ao lado de parceiros como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Petrobras, os ministérios da Ciência e Tecnologia e da Integração Nacional, além de governos estaduais, a Fundação Banco do Brasil já investiu na instalação de mais de 3 mil unidades do Pais em todo o território nacional, nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. “A meta é atingirmos 10 mil unidades até o próximo ano”, garantiu o presidente Jacques Pena.
P1+2 – Desenvolvido pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), o programa incentiva técnicas de convivência com o semiárido por meio da implantação de tecnologias sociais que garantam a existência de água para consumo humano, irrigação e uso animal, nos períodos de estiagem da região.
Barraginha, tanque de pedra, barreiro trincheira e cisterna calçadão são implantados em propriedades rurais. O baixo custo e a efetividade na solução do problema da falta de água ajudam a construir o desenvolvimento no semiárido que, além do Nordeste, inclui municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo. “São técnicas de contenção e aproveitamento das águas da chuva e subterrâneas que mudam a realidade de quem sofre com a seca. Algumas são milenares e sempre fizeram parte da vida das pessoas do campo. Ao receber investimentos, ganham escala e melhorias”, disse Jacques Pena.
Saneamento - A fossa séptica biodigestora, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de São Carlos/SP (Embrapa Instrumentação Agropecuária), venceu, em 2003, o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Desde então, a instituição passou a reaplicá-la. Atualmente, mais de mil famílias do entorno do Distrito Federal contam com a tecnologia social.
A fossa séptica biodigestora liga um sistema de caixas ao encanamento dos vasos sanitários das propriedades. Enterradas no solo e vedadas, as caixas são responsáveis pelo processo de fermentação no ambiente anaeróbico e a eliminação dos coliformes fecais. O efluente produzido por ação da digestão bacteriana das fezes pode ser utilizado como adubo líquido orgânico. “Antes, as caixas eram de amianto. Agora, são produzidas por pequenas empresas locais, gerando trabalho e renda também”, disse Jacques Pena.
Prêmio - O Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social foi apresentado na noite da quinta-feira (16), ao público da 2ª Conferência Internacional de Tecnologia Social, pelo gerente de Parcerias, Articulações e Tecnologias Sociais da Fundação BB, Jefferson D’Avila de Oliveira.
Após apresentação do vídeo de lançamento da edição 2009, ele convidou a presidente do Pólo de Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais (Poloprobio), Maria Zélia Damasceno, para falar de sua experiência com a reaplicação da tecnologia social Encauchados de Vegetais da Amazônia, vencedora do prêmio em 2007, na categoria Região Norte.
Zélia disse que a intenção do Poloprobio ao inscrever o projeto era apenas divulgá-lo. “Diante de tantas iniciativas em todo o Brasil não pensávamos que podíamos vencer”. O resultado positivo, no entanto, abriu portas que antes estavam fechadas para a experiência. “O projeto ganhou credibilidade e visibilidade. Na época, tínhamos 11 unidades funcionando. Hoje são 29. Também fomos selecionados em editais da Petrobras, Sebrae e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), aumentando o número de parceiros da iniciativa”, acrescentou.
As inscrições para o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social terminam no dia 29 de maio. |
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