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Fundação BB e Casa da Cultura investem em jovens fluminenses
Meta é capacitar 175 adolescentes e jovens entre 14 e 25 anos na cadeia produtiva do Carnaval. Investimentos sociais ultrapassam R$ 246 mil
Brasília, 18 - Cariocas, os compositores Tom Jobim e Vinícius de Moraes já compararam a felicidade do pobre à ilusão do carnaval. Na letra de “A felicidade”, ambos se acabam rápido, na quarta-feira de cinzas. É também no Rio de Janeiro, na Baixada Fluminense, região metropolitana da cidade que concentra grandes problemas urbanos, que o carnaval desponta não apenas como festa passageira, mas como passaporte para a felicidade, quem sabe de uma vida inteira, de jovens entre 14 e 25 anos.
Ali, o projeto Construindo o Carnaval, realizado pelo Centro de Formação Artística e Cultural da Baixada Fluminense (a Casa da Cultura) busca inserir os filhos das comunidades na cadeia produtiva do carnaval. A meta é capacitar 175 adolescentes e jovens em oficinas de corte, costura e modelagem, chapelaria, alegorias e adereços, serralheria e marcenaria, escultura em isopor e resina, modelagem em arame e sapataria. Os cursos, divididos em duas turmas, já estão em funcionamento e têm duração de cinco meses. As aulas da primeira turma começaram em janeiro e as da segunda têm previsão de início para maio.
O projeto é realizado com investimentos sociais de mais de R$ 246 mil da Fundação Banco do Brasil.
“Queremos qualificá-los não só para trabalhar aqui. Eles podem aprender o ofício e praticá-lo também em outras agremiações”, afirma o coordenador-geral da Casa da Cultura, Diestéfano Sant'Anna. “É nessa idade que eles procuram se firmar numa profissão, buscando o primeiro emprego”, completa.
Trabalho, profissão, lazer - No Construindo o Carnaval, os jovens também participam de atividades culturais, como capoeira, teatro, dança e circo. Para fazer parte do projeto, no entanto, precisam estar matriculados na escola. Um telecentro, instalado na Casa, oferece oportunidade de mais aprendizado por meio de 20 computadores conectados à internet.
Dentro da Casa, os atrativos são muitos, mas o mundo da rua também encanta, acredita o coordenador. “Essa é a idade de maior vulnerabilidade, onde as influências negativas estão sempre por perto, e, para que eles não se percam, a Casa tem a missão de ajudá-los a ter um trabalho e até mesmo uma profissão”.
Para que todos se sintam em casa, nenhum esforço é poupado. “Utilizamos todos os meios de comunicação disponíveis para atrair os jovens, como a rádio local, o carro de som e os jornais”.
Essas estratégias vêm dando certo. Jéssica Lima da Silva, 14 anos, moradora de São João de Meriti, não quer perder tempo. A estudante da sexta série do ensino fundamental conta que a Casa oferece, além de capacitação, atividades de lazer. “Toda a minha família trabalha com o carnaval e eu quero aprender logo cedo a fazer a mesma coisa para manter a tradição”, diz. Jéssica já aprendeu a fazer ornamentos, mas também quer estudar informática e inglês.
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