Cidade Estrutural debate fechamento e industrialização do lixão
População articula sustentabilidade dos catadores de recicláveis com a melhoria socioambiental da região
Brasília, 19 – Está marcada para o próximo sábado (21), na Cidade Estrutural, em Brasília (DF), a plenária popular para tratar da desativação e industrialização do lixão do Jóquei Clube. A iniciativa é da Prefeitura Regional Comunitária da Cidade Estrutural, da Associação Comercial da Cidade Estrutural e da Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF (Centcoop). A proposta do encontro é discutir, diretamente com os atores envolvidos no processo de desativação, a sustentabilidade dos catadores de materiais recicláveis que vivem do lixão e a situação socioambiental da Cidade Estrutural.
De acordo com o vice-prefeito regional da cidade, Paulo Batista dos Santos, na plenária, será tirada a posição oficial da comunidade e dos catadores. “Vamos conciliar o pensamento da comunidade e dos catadores sobre o processo para chegarmos a um consenso”, diz. A expectativa é oficializar a desativação do lixão e definir qual o melhor processo de industrialização a ser adotado, gerando emprego e renda para os catadores, mesmo com a desativação.
Na primeira parte da assembléia serão apresentados os embasamentos técnicos e jurídicos para a discussão. Abrindo a plenária, será mostrado aos participantes o modelo proposto pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU) do Governo do Distrito Federal (GDF) para a transferência do aterro e início da coleta seletiva solidária. Após a explanação, seguem as apresentações de experiências exitosas de aterros sanitários no Brasil e das situações ambiental, econômica e social da Cidade Estrutural.
A segunda parte da reunião popular constará de esclarecimentos e discussão, enquanto a terceira, dos encaminhamentos e decisões.
Representatividade - A Associação Comercial da Cidade Estrutural representa 818 estabelecimentos comerciais da comunidade e a Centcoop, 3,5 mil catadores de materiais recicláveis do Distrito Federal, organizados em 18 unidades de cooperativas e associações. Na Cidade Estrutural, reunindo 2.057 trabalhadores, são seis os empreendimentos solidários filiados à central: a Associação dos Agentes Ambientais da Vila Estrutural (Ambiente), com 1.687 catadores; a Cooperativa de Trabalho, Reciclagem e Produção da Cidade Estrutural (Cortrap), com 140 trabalhadores; a Cooperativa de Recicladores Nova Esperança (Coopernoes), com 85 membros; a Cooperativa de Materiais Recicláveis da Estrutural (Coopermare), que tem 45 integrantes; a Cooperativa de Recicladores da Vila Estrutural (Coopercave), que congrega 35 pessoas; e a Cooperativa de Reciclagem da Estrutural (Coopativa), com outros 65.
As ações da Fundação Banco do Brasil no setor da cadeia produtiva dos recicláveis promovem a inclusão social de catadores de resíduos sólidos, levando-os a uma inserção autônoma na produção e comercialização. Desde 2003, a Fundação BB já investiu mais de R$ 20 milhões em ações de reciclagem, em todo o país. Os recursos foram utilizados para capacitar trabalhadores, para melhorar instalações físicas e adquirir equipamentos.
Criada em 2006, a Centcoop surgiu da necessidade de organizar a comercialização dos materiais coletados pelos catadores de material reciclável. Para colaborar com esse objetivo, a Fundação Banco do Brasil investiu cerca de R$ 800 mil na central. Os recursos foram utilizados na montagem da infra-estrutura, na aquisição de equipamentos, insumos, apoio administrativo e em ações de apoio à comercialização.