Conquista lança pedra fundamental para 1ª indústria de fécula autogerida do país
Empreendimento recebe investimentos sociais de R$ 4 milhões da Fundação Banco do Brasil
Brasília, 20 - A Cooperativa Mista Agropecuária de Pequenos Agricultores do Sudoeste da Bahia (Coopasub) lança, às 9h30 de amanhã (21), a pedra fundamental para construção da primeira indústria de produção de fécula de mandioca autogerida do país. Com parceria da Fundação Banco do Brasil, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Prefeitura de Vitória da Conquista (BA), o empreendimento será instalado às margens da BR-116 (Rio/Bahia), que corta o estado no sentido norte/sul. O investimento social da Fundação BB no projeto é de R$ 4 milhões.
Participam da solenidade o governador da Bahia, Jacques Wagner, o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena, prefeitos, entre outras personalidades.
A inovação da indústria, que terá capacidade para processar 100 toneladas de raiz por dia, é aliar a agregação de valor à produção ao comércio justo da mandioca produzida pelos 2,2 mil agricultores familiares ligados à Coopasub, em 16 municípios. “Antes, o produtor se via obrigado a vender sua produção para os atravessadores de forma a garantir sua sobrevivência e agora essa situação vai mudar”, afirma o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena.
A fécula, carboidrato extraído da raiz, usada em substituição ao amido de milho, é considerada o produto mais nobre da mandioca. Segundo o assessor do projeto, Dácio Brandão, sua produção pelos trabalhadores vai garantir o acesso a um vasto mercado, que vai desde pequenas fábricas de biscoitos e pães, produtos embutidos e sorvetes até grandes indústrias dos ramos têxtil, petroquímico e de celulose.
Além de Vitória da Conquista, o projeto atenderá os municípios de Anagé, Aracatu, Barra do Choça, Belo Campo, Cândido Sales, Caraíbas, Condeúba, Encruzilhada, Mirante, Nova Canaã, Planalto, Piripá, Poções, Ribeirão do Largo e Tremedal, atingindo uma população de 610 mil pessoas.
Oportunidades – O estado da Bahia, segundo maior produtor de mandioca do país, apresenta uma demanda estimada por fécula da ordem de 45 mil toneladas por ano. Entretanto, as indústrias que utilizam o amido como matéria-prima, instaladas no centro-sul da Bahia e no norte de Minas Gerais, vêem-se obrigadas a adquirir fécula originária do sul do país, com preços mais elevados.
A região de Vitória da Conquista destaca-se entre aquelas que exploram a mandiocultura com maior intensidade. Além da proximidade com a maior micro-região produtora de raiz, a indústria contará com estradas asfaltadas para escoamento da produção e proximidade com os centros consumidores. O empreendimento será construído às margens da BR-116 (Rio/Bahia), próximo aos cruzamentos com a BR-030 e a BR-242, que cortam o estado no sentido leste/oeste (litoral da Bahia/Goiás).
Histórico – Com o objetivo de promover a geração de renda e inclusão social dos agricultores familiares da região de Vitória da Conquista, a Fundação Banco do Brasil e parceiros elaboraram, em 2005, o Programa de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Agricultura Familiar na Cadeia Produtiva da Mandioca no Sudoeste da Bahia. O projeto já recebeu investimentos sociais de R$ 11 milhões.
Na fase inicial do programa, foram realizados seminários em 13 municípios e elaborado um diagnóstico socioambiental da cadeia produtiva da mandioca da região. Nesses encontros, foram aplicados mil questionários e formados 86 grupos de discussão sobre as principais dificuldades enfrentadas na mandiocultura. Tópicos como beneficiamento e comercialização foram destacados como entraves à melhor obtenção de renda.
No mesmo ano, os trabalhadores, mobilizados, criaram a Cooperativa Mista Agropecuária de Pequenos Agricultores do Sudoeste da Bahia (Coopasub), que possui núcleos nos 16 municípios de abrangência do projeto. De lá para cá, a Coopasub recebeu assistência técnica, tratores e maquinários. Dezenove casas de farinha foram revitalizadas e seis estão em construção. O nível de produtividade média alcançada pelos mandiocultores, que ainda é um dos maiores desafios, cresceu, em média, 11,1%, elevando-se de 12 para 13,5 toneladas/ha (Registros de Campo/IBGE 2006), após a oferta de assistência técnica aos cooperados.
O comitê gestor nacional de mandiocultura para implementação do programa é formado pela Fundação Banco do Brasil, Petrobras, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Conta, ainda, com outros parceiros: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Banco do Brasil, prefeituras, Articulação do Semiárido (ASA), Comissão Pastoral da Terra e Instituto Mata de Cipó.
Lançamento da pedra fundamental para Indústria de Fécula de Vitória da Conquista (BA)
Data: 21 de maio de 2009
Hora: 9h30
Local: BR 116, próximo ao Posto Tabuleiro da Bahiana, no município de Vitória da Conquista/BA.