Iniciativas comprovam viabilidade da economia solidária na geração de trabalho e renda

Empreendimentos solidários que recebem investimentos sociais da Fundação Banco do Brasil participam da V Feira da Agricultura Familiar. Evento, realizado no Rio de Janeiro, começa no dia 26

Brasília, 24 – Casa Apis, Cocajupi, Cooperacaju e CoopCerrado são os empreendimentos solidários que recebem investimentos sociais da Fundação Banco do Brasil e participam, entre os dias 26 e 30 de novembro, no Rio de Janeiro/RJ, da V Feira da Agricultura Familiar e Reforma Agrária. Ligadas à produção de mel e ao beneficiamento de castanhas de caju e de baru, as iniciativas comprovam a viabilidade da economia solidária na geração de trabalho e renda no país.

Promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, o evento será realizado na Marina da Glória, no Aterro do Flamengo, com o tema o Brasil Rural Contemporâneo.

A Fundação Banco do Brasil também montará uma unidade demonstrativa do projeto de Produção Agroecológica Integrada Sustentável (Pais), que envolve técnicas simples de produção agrícola, reunindo, no mesmo local, criação de aves, compostagem, produção orgânica de hortaliças, agrofloresta e irrigação por gravidade.
Outra ação de incentivo à agricultura sustentável será a circulação de um carrinho adaptado para a fritura de castanhas de caju, que ficará sob responsabilidade da Cocajupi. “O carrinho é uma inovação que a gente considera um diferencial na estratégia de divulgação da marca e do produto da cooperativa”, diz o assessor da entidade, Ruy Brito.

Reconhecimento - “É uma excelente oportunidade para que a economia solidária mostre seus resultados e sua força a todo o Brasil. Para os grupos que recebem investimentos sociais da Fundação BB, significa o reconhecimento de seus esforços e a oportunidade de aumentar os negócios”, diz o presidente da Fundação, BB, Jacques Pena.

A V Feira da Agricultura Familiar e Reforma Agrária reunirá mais de dez mil produtos distribuídos em 464 estandes, organizados por associações, cooperativas, comunidades, estados e territórios rurais.

Coopcerrado (Cooperativa Mista dos Agricultores Familiares, Extrativistas, Pescadores, Vazanteiros e Guias Turísticos do Cerrado) - Instalada no estande de número 15, na área destinada ao estado de Goiás, a cooperativa mista, criada em 2003, reúne 1.308 cooperados de Goiás, Minas Gerais e Bahia e busca a preservação do cerrado.

No Rio de Janeiro, serão comercializados, com preços que variam de R$ 1 a R$ 5, castanha de baru e derivados como biscoitos e granola, beneficiados em uma pequena agroindústria de Goiânia.

Para o conselheiro da entidade, Antônio Francisco da Mata, o principal objetivo de participar da V Feira da Agricultura Familiar e Reforma Agrária é poder apresentar e vender os produtos a um universo maior de pessoas e empresas. “Também é importante distribuirmos nosso material de divulgação, para que todos saibam quem somos, onde atuamos e qual é o nosso trabalho. Assim, podemos até juntar mais parceiros para preservar o cerrado e manter o homem no campo com melhores condições de vida”, diz. A cooperativa já tem registro dos produtos e embalagens padronizadas com a marca Empório do Cerrado.

Cooperacaju (Cooperativa da Cajucultura Familiar do Nordeste da Bahia) - Instalada na Praça da Biodiversidade, a cooperativa criada em 2005 reúne 364 associados de 21 municípios do nordeste da Bahia. A sede da entidade fica na cidade de Ribeira do Pombal.

A Cooperacaju tem trabalhado na perspectiva de construir sete unidades e uma central de beneficiamento de castanha de caju. A primeira delas foi inaugurada este ano, em Cícero Dantas/BA. Atualmente, em período de entressafra, tem operado com 50% de sua capacidade, processando 500kg de castanha/mês.

Na Feira de Agricultura Familiar, castanhas de caju, embaladas em caixas de 50g e 150g, serão vendidas a preços que variam entre R$ 2 e R$ 6 e também distribuídas para degustação ao público do evento e das rodadas de negócio.

A possibilidade de conseguir compradores em todo o Brasil anima o presidente da cooperativa, José Roberto Souza. “É a primeira vez que participamos e a expectativa é conhecer o evento e articular possíveis negócios com alguma empresa, unidade de venda, mercado ou supermercado. Estar em uma feira dessas é conhecer pessoas que podem comprar em grande quantidade”, diz. A cooperativa já tem registro dos produtos e embalagens padronizadas com a marca Castanha da Bahia.

Cocajupi (Central de Cooperativas de Cajucultores do Piauí) – Instalada no estande 33, destinado aos produtos do Piauí, a cooperativa foi constituída em 2005. A Cocajupi está localizada em Picos/PI e reúne 485 famílias de produtores de Vida Nova, Campo Grande, Monselhor Hipólito, Francisco Santos, Jaicós, Ipiranga, Itaiponopolis, Altos e Pio IX. Atua no segmento da produção, industrialização e comercialização dos produtos de caju e derivados para organizar e fortalecer a cadeia produtiva, buscando incorporar o lucro aos ganhos dos agricultores familiares, até então apropriado por intermediários e indústrias de castanhas.

A Cocajupi leva para a Marina da Glória cerca de 450 quilos de castanha de caju, que serão vendidos para consumo instantâneo no carrinho, ao preço de R$ 2, o cone com 50g. Embalagens de 70g, 250g, 500g e 1kg também serão comercializadas, por preços que chegam a R$ 40.

“A expectativa é que a gente consiga fazer boas vendas. Além de estabelecer novos contatos, principalmente do mercado do Rio de Janeiro, com quem ainda não negociamos”, diz o assessor Ruy Brito.
A cooperativa já tem registro dos produtos e embalagens padronizadas com a marca Cocajupi.

Casa Apis (Central de Cooperativas Apícolas do Semi-Árido Brasileiro) - Instalada no estande 34, ao lado da Cocajupi, a Central de Cooperativas Apícolas do Semi-Árido Brasileiro (Casa Apis) foi inaugurada em 2007, em Picos/PI e reúne dez cooperativas do estado e também do Ceará. O complexo é constituído por uma indústria de beneficiamento de mel e um centro tecnológico com laboratório para análise e desenvolvimento de outros produtos da abelha, como pólen, própolis e geléia real.

No total, 1,6 mil famílias de 32 municípios de ambos os estados estão ligadas à Casa Apis e outras 8 mil participam indiretamente do projeto.

Apesar de ainda não atuar no mercado interno na venda do mel fracionado, a Casa Apis exportou, em 2008, cerca de 400 toneladas do produto para os Estados Unidos, o que significa faturamento de mais de US$ 500 mil. A entidade ocupa a 21ª posição no ranking de exportação de mel no Estado.

Para a V Feira de Agricultura Familiar e Reforma Agrária, serão levados 360 litros de mel, em embalagens de 1l e 300g. Os produtos serão vendidos por R$ 15 e R$ 7, respectivamente. Outra mercadoria é uma embalagem artesanal feito com biscuit para sachês de mel, que será vendida por R$ 12.

“Nossa proposta em participar do evento é divulgar o nome Casa Apis, já que estamos próximos de entrar no mercado interno fracionado”, diz o diretor financeiro da entidade, Edmilson Nunes da Costa.
Em 2009 a Central espera estar com seus produtos registrados, marca e embalagem próprias.

Saiba mais sobre a V Feira da Agricultura Familiar e Reforma Agrária