Rio Grande do Norte ganha 2 minifábricas de castanha de caju

Unidades, abertas em Pureza e Severiano Melo, vão atender 974 cajucultores

Brasília, 29 – Os cajucultores de Pureza e Severiano Melo, no Rio Grande do Norte, vão inaugurar, nos dias 3 e 4 de junho, duas minifábricas de castanha de caju. Os investimentos são da ordem de R$ 511,5 mil da Fundação Banco do Brasil. A contrapartida das instituições associadas é de R$ 2,9 mil.

As parceiras da instituição nos convênios são as associações dos Produtores Agrícolas de Bebida Velha (Apabv) e dos Produtores de Castanha de Santo Antônio (Assanto), respectivamente. Em Pureza, serão atendidos 104 trabalhadores diretamente e 420 de forma indireta. Na cidade de Severiano Melo, esses números atingem 30 e 420, respectivamente.

Segundo o consultor da Fundação Banco do Brasil nas comunidades, Paulo Chacon, o projeto de minifábrica de castanha de caju no Rio Grande do Norte prevê a construção de dez unidades, no total, das quais cinco já estão em funcionamento. A oitava, no município de Açu, já está em construção.

Chacon acredita que o projeto fortalece a proposta da Fundação BB de fixar o agricultor no seu local de origem, aumentando a renda familiar. “Com a iniciativa, o agricultor familiar consegue vender as castanhas in natura e as amêndoas a preços melhores, nos mercados internos e externos”, diz. Tanto que os agricultores fecharam um convênio com o grupo indiano Olam Brasil, que vende amêndoas e castanha in natura para 52 países. O acordo prevê o fornecimento de mil kg de amêndoas por mês ao grupo, por cada minifábrica, o que representa um terço da capacidade de produção de cada unidade, que é de 3 mil kg. “Dessa forma, o agricultor familiar não ficará dependente de um único comprador”, afirma Chacon. O grupo Olam Brasil se comprometeu, ainda, a comprar o excedente da produção das castanhas in natura das associações a preço de mercado. A parceria também resultará em um ganho de transferência de tecnologia de processamento de castanhas.

Vitória - Ganham ambos os lados, pois a venda do quilo da castanha in natura pelo produtor, que é de R$ 0,60 a R$ 0,90 aos atravessadores, subirá para R$ 1,10, com a venda ao grupo. E a empresa, por sua vez, receberá castanha mais pura do que a vendida pelo atravessador. Nas minifábricas, o quilo da amêndoa processada é vendido entre R$ 12 e R$ 18.

Atualmente, as minifábricas têm convênio com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) - que fornece crédito para cada unidade adquirir castanhas in natura dos associados -, além de mercados locais e prefeituras, que distribuem o produto em merendas escolares. Cada minifábrica oferece 30 postos de trabalho diretos.
O Comitê Gestor da Cajucultura no Rio Grande do Norte, que se reúne a cada dois meses, é formado por representantes da Fundação Banco do Brasil, Banco do Brasil, Conab, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e das sete minifábricas envolvidas.

Pureza - O município de Pureza possui área de 504 km2, e população de 7.061 habitantes. Desses, 2.537 vivem na área urbana (36,30%) e 4.426 na área rural (63,70%). O Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,577.
As principais atividades econômicas do município são: agropecuária, extrativismo e comércio, com destaque a castanha de caju, coco, mandioca e milho.

A comunidade de Bebida Velha situa-se a 18 km da cidade de Pureza, e tem como fonte de renda a agricultura familiar, com os cultivos de cajueiro, banana mangaba, macaxeira e abacate.

A área explorada com cajueiro é de ordem de 6.500 hectares com produção de 1.950 toneladas por safra e produtividade média de 300 kg de castanha por hectare. Esse é o principal produto da comunidade de Bebida Velha, cuja produção anual gira em torno de 700 toneladas.

Severiano Melo - O município de Severiano Melo possui área de 158 km2 e população de 10.579 habitantes. O Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,631. A principal atividade econômica é a agropecuária (caprinos e ovinos), com destaque a castanha de caju, feijão e milho. O povoado de Santo Antônio dista 9 km da sede do município e tem população de 1,4 mil habitantes, tendo como principal atividade econômica a exploração de cajueiro e a prestação de serviços no beneficiamento da castanha do caju.

Expectativa – O presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena antevê, com a inauguração de mais duas minifábricas no estado, a consolidação e o fortalecimento da cadeia produtiva do caju como atividade economicamente viável na região, a melhora na qualidade de vida e condições de trabalho dos pequenos agricultores, o desenvolvimento do espírito associativista e cooperativista na comunidade, a diminuição do êxodo rural e o aumento de emprego e oportunidades de trabalho. Além disso, “haverá aumento qualitativo e quantitativo da produção de castanha de caju, o incremento na comercialização dos produtos e a conquistas de novos mercados consumidores”, afirma Pena.

Inauguração de minifábrica de castanha de caju de Pureza
Data: 3 de junho de 2009
Hora: 16h
Local: comunidade de Bebida Velha - Município de Pureza (RN)

Inauguração de minifábrica de castanha de caju de Severiano Melo
Data: 4 de junho de 2009
Hora: 14h
Local: comunidade de Santo Antonio – Município de Severiano Melo (RN)