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Moradores da Vargem Bonita conquistam 100 fossas sépticas
Parceria entre Fundação BB, Embaixada do Japão e Ecooidéia permite investimento em saneamento básico rural no DF
Brasília, 6 – Na próxima segunda-feira (9), a Fundação Banco do Brasil, a Embaixada do Japão e a Cooperativa de Serviços e Idéias Ambientais (Ecooidéia) assinam convênio para garantir a reaplicação da tecnologia social fossa séptica biodigestora em cem domicílios do Núcleo Hortícula Suburbano de Vargem Bonita. O evento está marcado para 15h, na Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira de Vargem Bonita, localizada no SMPW Vargem Bonita, área especial 1.
A área é responsável por 40% da produção hortifrutigranjeira do Distrito Federal e concentra grande número de imigrantes japoneses, distribuídas em 67 chácaras.
A fossa séptica biodigestora, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de São Carlos/SP (Embrapa Instrumentação Agropecuária), venceu, em 2003, o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Desde então, a instituição passou a reaplicá-la. Atualmente, mais de mil famílias no entorno do Distrito Federal contam com a tecnologia social.
“O objetivo é substituir as fossas negras das propriedades rurais - responsáveis pela disseminação de inúmeras doenças, como diarréia, hepatite e cólera, tratando o dejeto humano e produzindo adubo orgânico líquido para culturas perenes”, afirma o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena.
Investimentos - Os investimentos sociais da Fundação BB no projeto da Vargem Bonita são de cerca de R$ 150 mil, enquanto a Embaixada do Japão aplicará cerca de U$ 80 mil, por meio do Programa de Assistência a Projetos Comunitários e Segurança Humana (APC). A Ecooidéia é responsável pela instalação, orientação, operacionalização e monitoramento da instalação dos kits da tecnologia social.
“Além dos imigrantes japoneses, proprietários das chácaras, há um grande número de trabalhadores rurais assalariados e meeiros, com renda menor e, onde se concentram as fossas a céu aberto. É para esse público que priorizando a implantação das fossas sépticas biodigestoras”, afirma o presidente da Ecooidéia, agrônomo Jorge Artur de Oliveira.
De acordo com as metas do projeto, a implantação das fossas biodigestoras na Vargem Bonita vai evitar a contaminação, por coliformes fecais, do lençol freático e de poços caseiros, diminuindo a incidência de doenças na região. “Além disso, vai diminuir os gastos da família com adubação química, estimular processos de transição para sistema agroecólogicos de produção e conscientizar a população sobre o uso sustentável de recursos hídricos”, completa Jorge.
Para o presidente da Associação Rural de Vargem Bonita, Hiromi Gerardo Niho, a implantação das unidades será de grande importância para a região. “Aqui, o lençol freático é muito superficial e já tivemos alguns problemas. As fossas sépticas biodigestoras vão evitar a contaminação das hortaliças, garantindo a qualidade de nossos produtos”.
Participam da cerimônia, o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena, o ministro da Embaixada do Japão, Tatsuo Arai, e o presidente da Ecooidéia, Jorge Artur Fontes Oliveira.
Efluentes são utilizados na irrigação de pomares e hortas
A tecnologia social de saneamento básico rural, composto por clorador de água e fossa séptica biodigestora, evita a contaminação da água, uma vez que o processo de fermentação elimina os coliformes fecais, agentes causadores de doenças, como diarréia, hepatite e cólera, entre outras. O clorador é utilizado para purificar a água na dose recomendada de 1ppm a 3ppm por cada caixa de 500 litros ou 1000 litros. Dessa forma, evita a contaminação de doenças transmitidas por via hídrica.
O uso de ambas as tecnologias soluciona, de forma simples, barata e eficaz o problema de saneamento rural.
O sistema é adotado desde 2000 e a avaliação dos usuários é positiva. O projeto de fossa séptica é composto por três caixas d'água de 1000 litros cada, conectadas entre si por tubulações de PVC. Apenas o encanamento dos vasos sanitários é ligado ao sistema de caixas, que são enterradas no solo e vedadas para impedir a entrada de ar. Na primeira caixa, esterco fresco é colocado para agilizar o processo de fermentação no ambiente anaeróbico e a eliminação dos coliformes fecais.
O efluente produzido por ação da digestão bacteriana das fezes é utilizado como adubo líquido orgânico, com elevado potencial nutricional, servindo para fertilizar hortas e pomares.
Outras informações estão na internet, na página www.fundacaobancodobrasil.org.br/bts
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