Brasília, DF
15 de Dezembro de 2008
 

Sementes transformam realidade de produtores do cerrado

Banco de sementes de milho e arroz aumenta produtividade e renda de agricultores familiares de Goiás

Brasília, 15 - Trezentos e cinqüenta agricultores familiares, em busca de mais qualidade de vida, uniram-se para fugir da pobreza e da fome e criaram o projeto “Banco Comunitário de Sementes Crioulas e Espécies Florestais Nativas do Cerrado”. A iniciativa é uma das contribuições para o desenvolvimento sustentável do Instituto Rede Terra.

O banco de sementes foi criado com a participação de agricultores assentados, que plantaram pequenas áreas de variedades crioulas de milho e arroz. A alternativa vem sendo utilizada por pequenos produtores dos municípios goianos de Cristalina, Luziânia, Cidade Ocidental, Valparaíso e Novo Gama/GO.

As sementes crioulas não são geneticamente modificadas e buscam incentivar, na região do entorno do Distrito Federal, a implantação de bancos de sementes e a sustentabilidade dos seus associados.

O primeiro passo do organizadores do projeto foi garantir a qualidade das sementes. Por isso, as variedades utilizadas são mais rústicas e de menor produtividade que as existentes no mercado convencional. São, ainda, mais adaptáveis ao ambiente local.

Homem feliz - Para o agricultor familiar Levi Cerqueira, que vive no Assentamento Vitória, distante 38km de Cristalina, o maior problema era plantar e não ter para quem vender. “Com o projeto, nossa venda é garantida, sem a participação de atravessadores”. Levi se considera um homem feliz, com 47 anos, mulher e quatro filhos para sustentar, e vê no projeto um futuro melhor para todos de sua família.

Segundo o coordenador-geral do banco, Luiz Carlos Simion, no momento, as sementes de milho e arroz estão sendo produzidas. “Para a próxima safra, está previsto, ainda, o plantio de sementes de feijão, de espécies nativas do cerrado e adubos verdes. O milho é uma espécie ímpar da agricultura familiar, pois serve de alimento ao homem e também aos animais domésticos”, declara.

O processo é simples: o agricultor recebe do banco comunitário 20kg de sementes. Com essa quantidade, planta 1 hectare. Após a colheita, ele separa 50kg e as devolve ao banco, responsável pela seleção, empacotamento e armazenamento das sementes para a próxima safra.

Os técnicos da Rede Terra estimam que os agricultores lucrem R$ 24 mil, em 2008.
Fundada em 1999, a Rede Terra é uma entidade da sociedade civil, de direito privado e sem fins lucrativos, fruto do trabalho de técnicos agrícolas, educadores, produtores rurais e profissionais liberais.

Parcerias - Dentre outros parceiros, a Rede Terra conta com o apoio da Fundação Banco do Brasil, que investiu no Banco Comunitário de Sementes Crioulas e Espécies Florestais Nativas do Cerrado cerca de R$ 26 mil. As sementes foram doadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O Banco Comunitário foi aprovado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no âmbito do Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-ECOS). Um dos critérios para escolha foi o uso sustentável da biodiversidade no cerrado e ações que contribuam para o desenvolvimento de alternativas de organização, produção e comercialização destinadas a melhorara qualidade de vida das comunidades locais, valorizar e conservar os recursos naturais do bioma.

 
 
 
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