Brasília, DF
25 de Junho de 2009
 


PAIS pode virar política pública

Em Brasília, autoridades assumem o compromisso durante o lançamento do manual sobre a tecnologia social

Brasília, 25 – “A partir de hoje passo a ser um soldado da Fundação Banco do Brasil e me comprometo, como ocupante de função pública e relator do orçamento, a buscar alocar recursos para a reaplicação do PAIS em todo o Brasil. Esse compromisso eu assumo”.

Foi com estas palavras que o deputado federal Geraldo Magela (PT-DF) encerrou sua fala no lançamento, pela Fundação BB, do manual e cartilhas sobre a tecnologia social Produção Agroecólogica Integrada e Sustentável – PAIS.

O evento aconteceu na noite de ontem (24), no Memorial JK, em Brasília, reunindo autoridades com papel relevante para tornar real um anseio de quem luta por alternativas para a geração de trabalho e renda no país: a transformação do PAIS em política pública.

Também fizeram parte da mesa o ministro da Previdência Social, José Pimentel, o secretário de Inclusão Social do Ministério de Ciência e Tecnologia, Joe Valle, o diretor técnico do SEBRAE, Luís Carlos Barboza, o presidente da Associação de Orientação às Cooperativas do Nordeste - ASSOCENE, Valter de Carvalho, a representante dos agricultores orgânicos Mônica Carlos Neri e o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena.
A diretora de Menor Renda, Izabela Campos Alcântara Lemos e o diretor de Relações com Funcionários e Responsabilidade Socioambiental, Carlos Eduardo Leal Neri, do Banco do Brasil, a senadora Fátima Cleite (PT-RO) e a deputada distrital Erika Kokai (PT-DF), representantes de entidades parceiras e outras autoridades também prestigiaram o evento. Além de funcionários da Fundação Banco do Brasil e agricultores orgânicos de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal.

Geração de renda - A capacidade do PAIS de fixar o homem no campo e melhorar sua qualidade de vida por meio da segurança alimentar e do aumento da renda é inegável. Foi o que defendeu o próprio Magela após ouvir a produtora Mônica Carlos Neri, de 27 anos. “Nasci na Zona da Mata pernambucana, sou professora de jovens e adultos e cuido do PAIS que alimenta a mim e a minha família, proporcionando ainda renda extra no meu quintal. Então, por que ia querer sair de lá? Sou agricultora com muito orgulho”, finalizou.

O presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena, fez questão de frisar que o PAIS não é uma horta. “É um sistema de produção agroecológica muito revolucionário que dá retorno entre 60 e 90 dias, provando sua eficácia para quem não queria acreditar nela”.

Ele destacou que existem 6.956 unidades implantadas em quinze estados e no Distrito Federal, com investimentos sociais da Fundação BB. “Até 2010 esse número deve chegar a 10 mil. Mas estamos lançando estas publicações para permitir que o conhecimento sobre a implantação do Pais seja ampliado e difundido. Queremos perder a conta desse número, mas sem perder o controle de qualidade da tecnologia”, afirmou. Para que isso aconteça, Pena ressaltou a importância de novas parcerias e investidores.

Publicações – O manual sobre o Pais e as cinco cartilhas que tratam sobre Prática da Agroecologia, Gestão do sistema produtivo, Comercialização, Empreendedorismo Solidário e, Associativismo foram apresentadas por Newton Novaes Pessoa Filho, coordenador do PAIS em Pernambuco. De acordo com ele, o material é voltado para a Família PAIS, produtores que já possuem a tecnologia social e para os técnicos que trabalham com a sua reaplicação.

“É um material bonito, de linguagem diferenciada, feito com papel reciclado e produzido para durar muito tempo. Para um planeta que tem 7 milhões de pessoas intoxicadas por agrotóxicos, o PAIS é uma alternativa de saúde, renda e vida”, disse.

Alternativa destacada no cordel criado pelo poeta pernambucano Altair Leal Ferreira para popularizar a tecnologia social. “Respeitando a natureza, aceito culturalmente, de economia viável, certo ecologicamente, resgatando a qualidade de vida da comunidade e justo socialmente”.

Os parceiros da Fundação Banco do Brasil no projeto são os SEBRAEs dos Estados, Ministério da Integração Nacional, Petrobras, Instituto Nacional da Reforma Agrária – INCRA, Governos dos Estados, Instituto Camargo Correia, ASSOCENE – Associação de Orientação às Cooperativas do Nordeste, IBA - Instituto Brasil Ásia, ACESPA – Fundação Chico Mendes, Projeto ALFA, CAA-NM – Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas e a organização não-governamental Convergência.

 
 
 
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