Brasília, DF 30 de Janeiro de 2009 |
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Fundação BB discute comércio justo e solidário no FSM A Fundação Banco do Brasil debateu no dia 29 o tema “Estratégias para Comercialização: Fortalecimento de Redes e Cadeias Produtivas" Belém/PA, 30 - A Fundação Banco do Brasil participou, ontem, 29, no período da manhã, do Seminário "Estratégias para Comercialização: Fortalecimento de Redes e Cadeias Produtivas", promovido pela Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol Brasil) e parceiros, como parte da programação do 9º Fórum Social Mundial, que acontece em Belém/PA. A discussão girou em torno dos caminhos possíveis para a comercialização justa no Brasil e no mundo dos produtos oriundos de empreendimentos coletivos. “Tanto empresas recuperadas, quanto aquelas de artesanato, de confecção, de reciclagem, de apicultura, entre outras, que têm na economia solidária um ponto comum e estratégico de sobrevivência”, explica a secretária geral da Unisol Brasil, Nelsa Fabian. Investimentos sociais em cadeias produtivas tendo como objetivo a geração de trabalho e renda têm sido, de 2003 a 2008, um dos focos de atuação da Fundação Banco do Brasil. Neste período, mais de R$ 300 milhões já ajudaram a modificar milhares de projetos realizados em todo o país. Mas para o gerente de Comunicação e Mobilização Social da Fundação BB, Claiton Mello, que participou do debate, a atuação em cadeias produtivas é um desafio que vai muito além da produção. “É preciso construir uma nova alternativa de relação dos trabalhadores com os meios de produção e despertar o valor do produto no mercado”, acrescenta. Comercialização - A produtora de biojóias da Central de Cooperativas Justa Trama, Maria Dalvani, sente na pele a preocupação contida nas palavras do gerente. É tanto que se emocionou ao falar das dificuldades de comercialização no território extenso da Amazônia. “Vocês não sabem como é triste ver toneladas de cupuaçu e açaí se estragarem por não ter como armazenar e vender”, disse com os olhos marejados. De acordo com ela, a comercialização possibilita a criação de uma cultura fixa e a manutenção do ribeirinho em sua própria terra. Dalvani também chamou a atenção para a importância de parcerias. Por meio delas, a Justa Trama se organização e melhorou a estrutura física, o que aumentou a produção e a venda dos produtos. Já para Claiton Mello, a importância das parcerias institucionais ultrapassa o ato de viabilizar a aquisição de máquinas e equipamentos para os empreendimentos da economia solidária, sendo importante construir um processo e uma metodologia diferente de atuar na geração de trabalho e renda. “A Fundação Banco do Brasil atua com o conceito de tecnologias sociais, métodos e processos reconhecidos e aprovados, desenvolvidos na interação com a comunidade, que gerem resultados efetivos de transformação social”, explica. Além do espaço de debate sobre economia solidária, a Central de Cooperativas Justa Trama, filiada à Unisol Brasil, também está comercializando seus produtos no FSM. “As roupas ecológicas tiveram uma aceitação fora do sério. Estamos com um público alternativo, que acredita num produto diferente, sem agrotóxicos, e dentro da economia solidária de ponta a ponta, desde o plantio até a confecção das peças, e, ainda, com o diferencial de serem confeccionadas com sementes que vêm da Amazônia”, destaca Nelsa Fabian. A Justa Trama está hoje presente em nove cidades do sertão do Ceará, onde é plantado o algodão. Mas não para por aí. De lá, o algodão vai para São Paulo para ser fiado e tecido e, depois, uma parte segue para Santa Catarina, para confecção de roupas artesanais e manuais, e outra para Porto Alegre, para a produção em série. Em Rondônia, acontece o beneficiamento das sementes. Debate - Também participaram da mesa de debate do Seminário Estratégias para Comercialização: Fortalecimento de Redes e Cadeias Produtivas, Arildo Mota Lopes, da Unisol Brasil, Arthur Torres, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Fátima Hungria, do SEBRAE Nacional, Carlos Alberto, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, entre outros representantes do SEBRAE e da Petrobras. A diversidade de debates sobre estratégias e caminhos para se chegar a “outro mundo possível” marca o 9º Fórum Social. Mais de 2.400 atividades compõem um amplo espaço de debate democrático, reflexões, troca de experiências e diferentes manifestações de movimentos sociais, redes, sindicatos, populações tradicionais, organizações não-governamentais, entre outros grupos do Brasil e do mundo. O evento prossegue até domingo, 1º de fevereiro, com atividades concentradas nos campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), em Belém. |
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