Datas festivas, como a Páscoa, são incentivo para geração de trabalho e renda no CRAS de Avaí (SP)

Fotos: Vanessa de Paula Silva / CRAS de Avaí (SP)  
Neste ano, a turma de fabricação de chocolate teve
60 alunas, todas beneficiárias do Bolsa Família
Com o dinheiro da venda dos bombons, Isabel dos
Santos (à dir) reforça a alimentação da família


Apostando em cursos de fabricação de ovos de chocolate, para a Páscoa, ou de flores de garrafas pet recicladas, para o Dia das Mães, o CRAS de Avaí cria oportunidades para que mulheres beneficiárias do Bolsa Família - entre elas índias da reserva indígena Araribá - aumentem sua renda


Há cinco anos, beneficiários dos programas do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) de Avaí, cidade a 400 km de São Paulo (SP), participam de cursos específicos para aumentar a renda familiar durante as datas festivas do ano, como Páscoa e Dia das Mães, por exemplo. O projeto de geração de trabalho e renda nasceu no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da cidade – equipamento público co-financiado pelo MDS.

Neste mês de abril, as mães beneficiárias do Bolsa Família - programa do Governo Federal coordenado pelo Ministério - aprenderam a fazer ovos e bombons de chocolate – unindo o útil ao agradável, com a oportunidade de presentear filhos e parentes, no Domingo de Páscoa, além de lucrar com a venda dos produtos.
Eliane de Paulo, 28 anos, uma das integrantes da turma, não deixa dúvidas quanto à importância do curso de fabricação de chocolate, oferecido pelo CRAS, para em sua vida. “Com o que aprendi nesse curso que fiz há três anos, tiro cerca de R$ 300 nesta época do ano”, diz Eliane que faz coelhinhos, cestas e cerca de 60 ovos de chocolate, em média, vendendo cada um a R$ 25. Com uma filha de nove anos para sustentar e trabalhando como faxineira, Eliana ainda mora com os pais por falta de condições.

“Pretendo fazer outros cursos para progredir e conseguir, um dia, morar na minha própria casa e recuperar o tempo perdido. Acho o CRAS uma beleza por ser um espaço que reúne lazer e aprendizagem”, afirma Eliane que, hoje, é voluntária no curso, repassando o que aprendeu a outras mulheres.

Iniciativa - Participante desde o início da implantação dos cursos, a assistente social Valdeci Silveira Costa reforça que os projetos de geração de renda do CRAS de Avaí, como fabricação de chocolate, artesanato, tricô, crochê, pintura, culinária e panificação são de extrema importância por investir no ser humano e proporcionar novas possibilidades e opções de trabalho.“Conheço famílias que defendem o aluguel trabalhando com o que aprenderam aqui no Centro”, conta Valdeci.

Segundo a assistente social, o curso de fabricação de chocolate tem duração de três dias e é feito em parceria com uma loja de festas da cidade, que cede os profissionais. Em contrapartida, o governo municipal compra nela todo o material necessário. Três voluntárias também colaboram com o trabalho.

Neste ano, a turma de fabricação de chocolate contou com 60 alunas. Todas do Bolsa Família, sendo 18 delas índias da aldeia Araribá - última reserva indígena de toda região povoada por índios Terena e Guarani. Ao final do curso, foram confeccionados 350 ovinhos de chocolate de 250g, que foram distribuídos na festa de confraternização da Páscoa que, este ano, aconteceu nesta quarta-feira (8) no próprio CRAS. Todas as crianças e adolescentes do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e integrantes do ProJovem Adolescente – programas co-financiados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – receberam ovos de Páscoa.

“Na nossa confraternização, temos a alegria da distribuição do chocolate mas procuramos, também, refletir com todas as famílias presentes sobre a importância da Páscoa, explicando o seu significado”, assegura Valdeci.

Resultados - Filha de pai Terena, Lucinéia Marciano, 27 anos, mora na reserva indígena e trabalha na plantação de mandioca, abobrinha e batata doce. Recebe o Bolsa Família há dois anos. Já aprendeu a fazer trufas e fatura, por semana, cerca de R$ 100 só com barrinhas de chocolate.

“Com este dinheiro, já comprei até uma cadeirinha para meu filho Ryan Raoni, que tem dois anos, conta Lucinéia. Sempre que pode, ela vai ao CRAS saber sobre novos cursos. “Quero, agora, fazer corte e costura e comprar uma máquina. Tenho certeza que vou conseguir porque tenho muita sede de aprender. Quem sabe aproveitar, leva em frente”, diz entusiasmada.

A empolgação de Lucinéia é compartilhada pela amiga Isabel Cristina dos Santos, 40 anos, também da reserva indígena. “Vendo, na aldeia, os bombonzinhos. O dinheiro ajuda na alimentação da família”, assegura.

Aline Fernanda Ferreira, 25 anos, tem um filho de 10 anos. Recebe o Bolsa Família há um ano e dois meses. Em 2008, fez o curso de chocolate e vende cada ovo a R$ 25. “Estou muito feliz por participar do projeto porque posso economizar – não comprando o ovo industrializado - já que passei muitas dificuldades”, disse. Aline está tão empenhada que já pensa no próximo curso que o CRAS oferecerá: confecção de rosas feitas de garrafa pet reciclada. “Acho que vou ter bons resultados. Pretendo vender as rosas próximo ao Dia das Mães”, comemora.

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