Moradores de Lauro de Freitas (BA) redescobrem o dom de cultivar a terra

O Projeto Agricultura Urbana e Periurbana Cio da Terra - que une produção, transformação e prestação de serviços por meio do manuseio agrícola - já beneficia 120 integrantes do Programa Bolsa Família


João Raimundo / DECOM  

Descobrir o dom de plantar, de cultivar aquilo que se vai consumir. Este prazer está sendo proporcionado a famílias de Lauro de Freitas, Município baiano que fica na região metropolitana da capital, Salvador. São beneficiários do Bolsa Família - programa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) - que foram convidados a fazer parte do Projeto Agricultura Urbana e Periurbana Cio da Terra.
Desenvolvido pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (SEMASCI) em parceria com o ministério, o projeto vem resgatando o trabalho em hortas comunitárias, de forma a garantir alimentação saudável, inclusão social, integração familiar e melhoria de renda. Os 120 participantes da primeira turma de formação estão aprendendo desde técnicas de plantio até noções de empreendedorismo, uma vez que a produção excedente pode ser comercializada. O curso termina em agosto.

O trabalho nas hortas comunitárias em Lauro de Freitas (BA) garante alimentação saudável, inclusão social, integração familiar e melhoria de renda.  


Romilza Alves da Silva, 53 anos, uma das beneficiárias do Bolsa Família que participam do projeto inovador, recorda com saudade dos tempos em que lidava com a terra em sua cidade natal, Muritiba. “Meu pai tinha fazenda. Plantávamos fumo, mandioca, café e também hortaliças para nossa alimentação”, conta a dona de casa. Ela chegou a ter uma pequena horta em Mussurunga, bairro de Salvador, mas teve que deixar o local por causa da violência e hoje festeja a oportunidade de voltar a plantar.

Integração -
“Os aprendizes se tornam multiplicadores de experiência”, afirma a engenheira agrônoma Mariluce Santos da Silva, diretora da Divisão de Equipamentos de Segurança Alimentar e Nutricional da SEMASCI. “Há uma integração da família com o curso. Não buscamos apenas a transmissão do conhecimento, mas levar para a comunidade um sentimento de integração”,conta ela.

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome investiu aproximadamente R$ 300 mil para a implantação do programa. Em contrapartida, a Prefeitura investiu R$ 15 mil e se encarrega dos custos de alimentação e transporte dos aprendizes.

Segundo Mariluce da Silva, o projeto foi divido em três etapas: implantação de uma horta-escola; processo de capacitação envolvendo técnicas agrícolas – fase que se encerra agora em abril; e, por fim, a produção e comercialização dos alimentos.

O professor Gean da Silva Carvalho, engenheiro agrônomo, está feliz com a oportunidade de compartilhar seu conhecimento: “É gratificante estar aqui e transmitir para pessoas simples o que aprendemos na faculdade. Muitos deles enfrentam problemas particulares sérios, e estão aqui mesmo assim”, destaca ele.
Os beneficiários do Projeto Agricultura Urbana e Periurbana Cio da Terra vêm de todos os bairros de Lauro de Freitas: Areia Branca, Capelão, Jambeiro, Caji, Vida Nova, Centro, Itinga, Portão, além de Buraquinho e Ipitanga.

Do total dos produtos cultivados nas hortas comunitárias, 20% serão doados à Prefeitura para ações e programas de segurança alimentar, o restante será para consumo e comercialização dos alunos.

A Secretária de Assistência Social e Cidadania de Lauro de Freitas, Lourdes Lobo, garante que parte significativa da produção dos novos agricultores será destinada ao Restaurante Popular do Município, que também tem apoio financeiro do MDS. Na unidade, desde setembro de 2008, são atendidas diariamente em torno de 3 mil pessoas. Em março, o Restaurante atingiu a marca de 1 milhão de refeições servidas.

Perspectivas - Ao final do curso, os aprendizes vão ter a oportunidade de participar de uma feira livre. Os futuros produtores - que utilizarão áreas de plantio em suas propriedades e estão organizados em uma recém-criada cooperativa - receberão 36 barracas. A feira será instalada no pátio do Restaurante Popular da cidade e a perspectiva é de que toda a produção excedente seja comercializada.

Fernanda Lisboa
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