País terá novos Centros de Assistência Social para atender casos de violência contra crianças e adolescentes

Anúncio foi feito pela ministra Márcia Lopes, durante lançamento da campanha “Cartão Vermelho ao Trabalho Infantil”, em Brasília



Bruno Spada/MDS Bruno Spada/MDS
Crianças participam de lançamento da campanha contra o trabalho infantil, em Brasília Ministra Márcia Lopes mostra cartão vermelho ao trabalho infantil

 

Mais 3.239 Centros de Assistência Social serão criados em todo o País para atendimento à população pobre e aos casos de violação de direitos, entre eles, o trabalho infantil. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (10/6), pela ministra Márcia Lopes, durante lançamento da campanha “Cartão Vermelho ao Trabalho Infantil”, em Brasília. Os centros são equipamentos públicos cofinanciados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). A expansão será de 1.865 Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e 1.374 Centros Especializados de Assistência Social (Creas).

“O maior gol que poderemos marcar será o dia em que não houver situação de trabalho infantil no País”, enfatizou a ministra, já que o tema da campanha deste ano faz alusão à Copa do Mundo que começa esta semana, na África do Sul. A ministra destacou também o trabalho desenvolvido pelos assistentes sociais, psicólogos e demais profissionais que atuam nessas unidades. “Nesses locais, as famílias podem ser atendidas e protegidas e as crianças, incentivadas a se tornarem adultos felizes e de bem com a vida”, disse.

A mobilização na Esplanada dos Ministérios reuniu cerca de 180 crianças e adolescentes de escolas públicas, associações e do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), coordenado pelo MDS, além de representantes de órgãos de defesa dos direitos infanto-juvenis.

Para o representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Renato Mendes, é importante que o Brasil “tire o trabalho infantil de campo”. Ele pediu que as crianças presentes alertassem seus colegas sobre seus direitos de estudar, brincar e de não trabalhar.

Alerta – Isa de Oliveira, do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, acredita que meninos e meninas também gostam de falar “coisas sérias” e que é importante que sejam multiplicadores de um alerta aos pais sobre a questão do trabalho infantil.

Representando o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Maria de Salete Silva ressaltou que as crianças são o objetivo principal da organização em todo o mundo. “Estamos aqui olhando nos olhos daqueles que são a razão da nossa dedicação”, enfatizou.

Reafirmar o compromisso de que lugar de criança é na escola. Para o deputado Paulo Lustosa, da Frente Parlamentar de Defesa da Criança e do Adolescente, esse é o principal papel dos parlamentares na questão.

Maria Eduarda de Oliveira da Silva, 7 anos, se divertiu toda a manhã, no espaço do Museu da República, durante o lançamento da campanha nacional “Cartão Vermelho ao Trabalho Infantil”. Queria usar todos os brinquedos, mas, devido à altura, não conseguia alcançar todos. A pequena mora em Samambaia com a mãe e seis irmãos. Durante à tarde, estuda na Escola Classe 831 da região administrativa do DF e, pela manhã, vai para o Centro de Referência de Convivência Intergeracional (Creci). Lá, a garota participa de oficinas de leituras, atividades de circo e aula de dança. Inscrita no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), Maria Eduarda diz que gosta mesmo é de fazer as aulas de circo.

Realidade – No meio daquelas crianças, Maria Eduarda é personagem de uma história real de luta contra o trabalho infantil. Apesar da timidez, Eduarda explica que antes de entrar para as atividades do Peti tinha que ajudar a mãe nas atividades domésticas. “Eu tinha que ficar em casa, lavando vasilha”, conta.

Wladimir da Rocha Souza é educador no Creci e trabalha com pintura e desenho com Maria Eduarda e mais outras 600 crianças moradoras de Samambaia, Riacho Fundo 2 e Recanto das Emas. O professor, com formação em artes plásticas, acredita que tem importante função a cumprir e contribui para mudar a triste realidade de muitos jovens pobres. “Trabalhamos em conjunto com uma psicóloga e temos a intenção de reforçar a autoestima de cada um, de forma a contribuir para que, futuramente, eles sejam verdadeiros cidadãos”, argumenta.

Participaram, ainda, do lançamento da campanha “Cartão Vermelho ao Trabalho Infantil, Luis Henrique Ramos, do Ministério do Trabalho e Emprego, Marta de Oliveira Sales, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda, Fábio Feitosa, presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), entre outras autoridades.

Peti – O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, do Ministério do desenvolvimento Social e Combate à fome (MDS), atende atualmente 820.256 meninos e meninas em 3.520 municípios brasileiros. Em uma década, o Brasil afastou do trabalho precoce 2 milhões de crianças e adolescentes, o que o tornou reconhecido internacionalmente pelo desenvolvimento de políticas públicas de proteção social integral à família.

Ana Soares e Fernanda Souza

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