Juliana Nunes |
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Na oficina de artesanato em madeira, a movimentação é grande e a empolgação dos alunos, “contagiante”. “Em qualquer dia as turmas estão lotadas. Todos querem participar, produzir peças novas e cada vez mais bonitas. A atividade estimula não só o convívio familiar, como também a participação cidadã”, define Fernando Bronzeado, coordenador da oficina de artesanato em madeira do Projovem Adolescente de Lucena, na Paraíba. A atividade é um das muitas oferecidas pelo programa, executado no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
O ProJovem Adolescente – coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) – é uma das quatro modalidades do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem), do Governo Federal. Voltado
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exclusivamente para a faixa etária de 15 a 17 anos, o ProJovem Adolescente é um serviço socioeducativo de convívio de assistência social, que integra as ações de proteção social básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Em todo o País, existem cerca de 432 mil jovens inseridos no programa.
No Estado da Paraíba 26.225 jovens participam do ProJovem Adolescente. Em Lucena, o programa é executado desde 26 de abril de 2008. Sob a coordenação do pedagogo Fernando Bronzeado, 80 meninos e meninas produzem brinquedos infantis e educativos, enfeites de parede, placas de jardim, entre outros. Depois de prontas, as peças recebem pinturas, tudo feito por eles. A cada dia, a habilidade demonstrada pelos pequenos aprendizes surpreende o coordenador. “Eles aprendem rápido demais. São verdadeiros artistas, principalmente na área de pintura. A empolgação é tamanha que eles freqüentam as aulas mesmo fora do horário habitual”.
Um deles é Erasmo Pedro, 16 anos, participante da oficina desde o início das atividades. “Antes, ficava na rua sem fazer nada. Agora preencho meu tempo com uma atividade que será útil para o meu futuro. Não troco a atividade na oficina por nada”, diz o adolescente, que pretende profissionalizar-se. “Sonho em montar minha própria oficina. Por isso, incentivo meus irmãos menores a participarem. Assim eles me dariam uma boa ajuda, quando todos nos tornarmos adultos”.
Parceiro de Erasmo na oficina, Rafael dos Santos, 16 anos, conta que desde criança adora pintar e que ficou muito feliz com a oportunidade oferecida pelo ProJovem. “Aprendo um pouco, a cada dia. No começo foi mais difícil, agora faço tudo com tranqüilidade. Quero seguir nessa profissão”.
Freqüentando as aulas há quatro meses, Marilise Barbosa, 15 anos, ficou orgulhosa quando trabalhos seus foram expostos na sede do ProJovem.“Fiquei muito feliz quando vi na parede um conjunto de peixes, uma arara e algumas flores. Senti que meu trabalho estava sendo reconhecido”. Antes de participar do programa, Marilise ocupava suas tardes ajudando a tia a vender doces. “Não ganhava nada com isso. Agora estou aprendendo a fazer artesanato em madeira, a pintar e a jogar vôlei”. Mas, ao contrário dos colegas, a menina não pretende seguir na profissão. “Quero ser dentista”, diz.
Cleide Campoi, orientadora social do ProJovem, trabalha diretamente com os adolescentes e pode constatar, dia a dia, a mudança na vida, nos valores e no comportamento dos envolvidos. “É muito gratificante constatar que garotos que chegaram aqui rebeldes, agressivos, outros muito tímidos, que quase não falavam, mudaram radicalmente de atitude. Estão abertos para o diálogo. O trabalho é gratificante”.
A opinião é compartilhada por Waldilma Barbosa, coordenadora pedagógica do Projovem de Lucena . Segundo ela, as dificuldades inicias foram superadas com muito trabalho e esforço de todos. “O jovem quer ver logo a coisa pronta. Isso dificultou um pouco no início das atividades, mas agora todos estão empenhados. É a esperança de um futuro melhor que surgiu para esses adolescentes”.
Em Lucena, além da oficina de artesanato em madeira, os 200 adolescentes que freqüentam o CRAS participam de oficinas de arte com material reciclado (papelão, jornal, garrafas pet, entre outros), aulas de música, além da prática de diversas atividades esportivas, de lazer e recreação.
Proteção social básica - Unidade pública da política de assistência social, de base municipal e integrante do Sistema Único da Assistência Social (SUAS), o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) é destinado à prestação de serviços e programas socioassistenciais de proteção social básica às famílias e indivíduos que se encontram em situação de vulnerabilidade e risco social. Nesses locais são desenvolvidas, entre outras, as atividades do ProJovem Adolescente. Em todo o Brasil, o MDS co-financia 3.900 CRAS.
Júnia Almeida
Informações para a imprensa
Aline Menezes / Ana Soares
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ASCOM / MDS
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