Diante de um público de mais de 800 pessoas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o importante papel do Estado no fortalecimento das políticas sociais. “Onde não tem Estado, onde ele é fraco, não há política social”, afirmou o presidente, nesta quarta-feira (5/8), em Brasília, durante a abertura do Simpósio Internacional sobre Desenvolvimento Social, organizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
Lula criticou quem prega a ausência do Estado. “Quem pede para ter carga tributária pequena vem de países com altas taxas de impostos e forte rede de proteção social. Onde o Estado é fraco, não há educação, não tem política social eficaz”. E acrescentou: “Quem enfrentou a crise econômica foi o povo brasileiro, consumindo, e o Estado brasileiro investindo.”
No evento, que tem participantes de 36 países, representantes de 14 organismos internacionais, de 16 embaixadores e 13 palestrantes estrangeiros, Lula ressaltou que “todos temos que ter clareza que nunca neste País se fez nem perto do que estamos fazendo”. E pediu que as experiências brasileiras sejam levadas para o exterior, para que outras nações conheçam e tenham oportunidade de implantar projetos semelhantes. O presidente também destacou a importância da participação popular nas decisões do governo. “Noventa por cento do que fazemos, nossas decisões são emanadas da base”, salientou.
Troca de experiências - O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, disse que o País está vencendo a luta contra à fome e a desnutrição e que o objetivo das políticas sociais implementadas pelo Governo Federal é ir além. “A fome sempre foi uma triste presença na realidade brasileira. Hoje, ela está sendo vencida, expressão do compromisso histórico traduzido na posse do presidente Lula quando lançou o Programa Fome Zero. Nossa é missão é ir além, é erradicar a pobreza no País e criar um sociedade mais justa e igualitária”, pontuou ele.
Esclarecendo que um dos objetivos do Simpósio é permitir a troca de experiências entre os países, o ministro afirmou que os problemas sociais precisam ser discutidos em nível mundial. “A questão social tem que ser debatida como questão mundial. Se não resolvermos a situação dramática de um bilhão de pessoas excluídas no mundo, o futuro da humanidade não será o que queremos e desejamos”. Para isso, segundo o ministro, é preciso criar mecanismos efetivos de coordenação e financiamento que promovam o desenvolvimento global.
Bom desempenho - Durante a palestra de abertura do Simpósio Internacional, Rebeca Grynspan, diretora para a América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), avaliou que as políticas sociais e econômicas implantadas pelo Brasil são as responsáveis pelo bom desempenho do País diante da crise mundial. "Hoje o Brasil ensina que a economia e o social podem ser os dois lados da moeda", destacou ela, referindo-se aos últimos dados de desemprego e pobreza. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostrou que de outubro de 2008 a junho de 2009, em comparação com o mesmo período do ano anterior, a taxa de pobreza caiu de 31,9% para 31%.
A economista ressaltou que os países que fortaleceram as políticas sociais foram os que mais conseguiram superar a crise econômica mundial - casos de Brasil e Chile, na América Latina, e algumas nações do Caribe. "São países que fizeram intervenções públicas. Fizeram a política de incluir para crescer", destacou Rebeca, que já foi vice-presidente da Costa Rica e tem mais 50 trabalhos publicados sobre desenvolvimento e desigualdades na região.
O Simpósio contou com a presença da ministra-chefe da Casa Civil, Dima Roussef, dos ministros Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) e Altemir Gregolim (Pesca e Aquicultura), da ministra Nilcéa Freire (Secretaria Especial de Políticas para Mulheres), do ministro interino de Assuntos Estratégicos (Daniel Vargas), dos senadores Eduardo Suplicy (PT/SP) e Roberto Cavalcante (PRB/PB), e do deputado Raimundo Matos (PSDB/CE). No evento, foi apresentado vídeo que mostra os impactos dos programas de assistência social, segurança alimentar e transferência de renda.
João Luiz Mendes
ASCOM / MDS
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