fornecimento de 50 mil refeições, a cada mês. A previsão é de que, já agora, em março, o volume de doações seja ampliado, uma vez que cestas complementares serão distribuídas pela Fundação de Assistência Social, órgão ligado à Prefeitura e responsável pela gestão da Política de Assistência Social em Caxias do Sul. O Banco continuará fornecendo, por mês, 600 cestas de alimentos.
Segundo Heloísa Helena, os alimentos doados fazem muita diferença, não só para as entidades mas, principalmente, para as pessoas assistidas, adultos, crianças e idosos que vivem em situação de insegurança alimentar. Eles formam o público alvo do Programa Banco de Alimentos, executado pelo MDS em parceria com Prefeituras ou governos estaduais. “É notória a melhoria na qualidade de vida, que tem reflexo direto na elevação da autoestima das pessoas beneficiadas. Isso porque o Banco e as entidades, além da alimentação complementar, também dão suporte em capacitação profissional na área de alimentação, como forma de inserção social”, afirma a técnica.
Combate ao desperdício – Os Bancos de Alimentos têm a função de combater o desperdício e contribuir para diminuir a fome no País. Com capacidade para receber doações de alimentos de redes de supermercados, centrais de abastecimento, de agricultores e também de pessoas físicas, é nessas unidades que os produtos doados são selecionados, classificados, embalados e depois distribuídos gratuitamente às entidades assistenciais. O objetivo é complementar a refeição oferecida pelas instituições sociais aos seus beneficiários. Atualmente, há 55 unidades em funcionamento e outras 33 estão em fase de implantação. Ao todo, o MDS investiu mais de R$ 2,6 milhões para beneficiar cerca de 671 mil pessoas.
Os Bancos de Alimentos exercem papel importante na articulação intersetorial das ações de Segurança Alimentar e Nutricional nos territórios urbanos. Nesses espaços, podem ser realizadas atividades de capacitação, desenvolvimento comunitário, inclusão produtiva cooperativa das famílias, promoção da saúde e de educação alimentar e nutricional, como por exemplo: oficinas de aproveitamento integral dos alimentos e combate ao desperdício, além de realização de campanhas educativas.
Para a presidente do Banco de Alimentos de Caxias do Sul, Janete Tavares, antes mesmo de formalizar convênio com o MDS para obtenção de recursos, a mobilização da população para a implementação do projeto foi fundamental. “Com o envolvimento da sociedade civil fizemos um trabalho prévio voluntário de jovens nos supermercados. Além de arrecadar alimentos e divulgar o programa, eles conscientizaram a população e o setor alimentício da importância na redução do desperdício e do reaproveitamento”. A ação continua a ocorrer - sempre no primeiro sábado de cada mês - e foi “batizada” de Sábado Comunitário.
Doação que faz a diferença - Uma das entidades que recebe as doações é a Associação dos Renais Crônicos de Caxias do Sul (RIM VIVER) que, além de oferecer alimentação a pessoas assistidas, promove oficinas de geração de emprego e renda. Para a presidente da entidade, Isoldi Elizabetha, as doações do Banco de Alimentos fazem muita diferença. “Os pacientes, quando não estão em processo de hemodiálise nos hospitais, passam a maior parte do dia na instituição, participando de atividades juntamente com seus familiares. A casa oferece café da manhã, lanche, almoço e lanche da tarde. Em breve, vamos oferecer um curso de padeiro e treinamento profissional”, afirma Isoldi. No próximo dia 12 de março (Dia da Hemodiálise), inclusive, ela recebe o Troféu Ana Terra – premiação dada a mulheres que se destacaram, na administração pública ou privada, em programas sociais e na promoção da cidadania na área social, em seu município ou região.
O Centro Assistencial e de Promoção Social Joana D’arc - que visa promover a inclusão social por meio da educação - também recebe as doações do Banco de Alimentos de Caxias do Sul. A entidade atende 80 crianças em turno inverso ao da escola e 20 adultos da comunidade em situação de insegurança alimentar. O fornecimento mensal de alimentos não perecíveis como arroz, feijão, farinha de milho, farinha de trigo, açúcar mascavo, conservas, chimias (nome derivado do alemão, que designa qualquer doce em pasta), dentre outros, é de aproximadamente 250 kg. Além dos produtos não perecíveis, são repassados, ainda, hortaliças, frutas e biscoitos semanalmente, e ovos e queijos quinzenalmente, totalizando 500 kg mensais. A presidente da instituição, Susana Córdova, considera fundamental o apoio do Programa do Governo Federal. “Com as doações recebidas através do Bancos de Alimentos, o Centro pode fazer cardápios mais elaborados, com maior diversidade e maior valor nutricional”afirma. Susana acrescenta que a maior dificuldade é introduzir novos hábitos alimentares, como o consumo de açúcar mascavo, que não faz parte da cultura local.
Operacionalização - Parte dos alimentos captados pelo Banco de Caxias do Sul é adquirida por meio de campanhas e doações. Outra parte vem do Programa de Compra Direta da Agricultura Familiar (executado em parceria com o MDS). Além disso, a cada semana, 20 agricultores da região doam cerca de três toneladas de verduras, legumes e frutas.
Ao chegar à unidade, os alimentos passam por uma análise sensorial de procedência e data de validade, são classificados em perecíveis ou não-perecíveis para armazenamento em câmaras frias, freezer ou em temperatura ambiente. Ao final, são separados conforme a necessidade das entidades cadastradas ou estocados para eventuais doações. O trabalho é coordenado por um Conselho Gestor paritário, formado por três representantes da Prefeitura e três da sociedade civil. A equipe do Banco de Alimentos é composta por nutricionistas, assistentes sociais, técnico agrícola, entre outros.
Francisco Porto
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