Relacionar Bolsa Família à acomodação é preconceito contra os pobres, diz ministra Márcia Lopes

 

Luiz Jacobs Jorge C. Santos
No encontro, a ministra afirmou que a Economia Solidária precisa ter uma estrutura mais forte e deve mostrar as suas experiências em desenvolvimento no Brasil Despedida de alunos e colegas de trabalho na Universidade Estadual de Londrina

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, reafirmou nesta sexta-feira (9/4) a importância do Bolsa Família e classificou como preconceituosa a visão dos que ainda acham que o programa de transferência de renda acomoda os seus beneficiários. Ela se utilizou dos números de pesquisas que mostram que 77% deles trabalham – índice superior aos dos não beneficiários – para dizer que “é uma falácia dizer que o Bolsa Família acomoda”.

“Essa visão faz parte da nossa cultura conservadora e preconceituosa. Temos muito preconceito contra os pobres do Brasil. Isso é uma história de uma elite que comandou esse País por muito tempo e entendia que a riqueza deveria ser compartilhada por poucos”, enfatizou a ministra. “O que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou, e o mundo quer, é o investimento nas políticas públicas, um novo modelo de gestão e o reconhecimento de que a assistência social, assim como a saúde, a educação , a cultura e o trabalho formam um sistema de proteção social às pessoas e às famílias que tem necessidade e direito de serem atendidas.”

A declaração da ministra Márcia Lopes foi feita em coletiva à imprensa após sua participação na solenidade de abertura da 2ª Conferência de Economia Solidária do Noroeste do Paraná, que ocorreu em Londrina. A ministra afirmou que o Bolsa Família é uma complementação de renda e, às vezes, a única renda para aqueles que não conseguem estar no mercado formal e informal . “É importante que as pessoas saibam disso. Essas pessoas não se acomodam ao receber os benefícios. Se isso estiver acontecendo com a família e porque ela está precisando de outros mecanismos de atendimento e de acompanhamento. Precisam de autoestima e mobilização, o que também é um papel que também está sendo exercido pelo governo brasileiro”, acrescentou Márcia Lopes. Ela enfatizou, ainda, que o Brasil já chegou a ter mais de 60 milhões de seus habitantes em situação de pobreza e, hoje, vê a redução significativa da fome, da miséria e da mortalidade infantil.

A ministra disse ainda que quando o Ministério foi criado, em 2004, unificou-se os programas de transferência de renda no Bolsa Família e o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) foi implantado, criando uma porta de entrada - os Centros de Referência de Assistência Socia (CRAS). “Assim como a família procura o centro de saúde no seu bairro, ela deve procurar o CRAS para que seja acolhida, encaminhada, orientada, envolvida nos projetos de capacitação e convivência familiar e tenha acesso as serviços e benefícios que tem direito.”

Economia solidária - Márcia Lopes, ao falar na conferência em Londrina, disse que a Economia Solidária precisa ter uma estrutura mais forte e deve mostrar as suas experiências em desenvolvimento no Brasil . “As iniciativas precisam ganhar fôlego e dialogar com todas as políticas. Temos que, cada vez mais, buscar integrar ações de governos e sociedade para articular as ações da economia solidária com a segurança alimentar, a assistência social, a cultura e o meio ambiente”.

Participaram da conferência o vice-prefeito de Londrina, José Joaquim Ribeiro; o coordenador de Geração de Emprego e Renda da Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego e Promoção (Setep), José Henrique Faustino; o arcebispo de Londrina, Dom Orlando Brandes; e representantes das sociedade civil de vários Municípios, além de autoridades locais, regionais e federais.

A ministra também aproveitou a presença na cidade para se despedir dos seus alunos e colegas de trabalho do curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina, onde Márcia Lopes leciona há 29 anos. Ela se reuniu com o reitor, César Caggiano Santos, e o diretor do Centro de Estudos Sociais Aplicados, Anísio Ribas Bueno Neto, a chefe do Departamento de Serviço Social, Jolinda de Moraes, e vários professores do curso.

João Luiz Mendes

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