As comunidades devem participar efetivamente dos processos de desenvolvimento. Esse foi o foco da palestra do doutor em Ciências Econômicas, Ladislau Dowbor, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), durante  seminário internacional sobre Proteção Social, em Brasília. “Essa apropriação das comunidades resulta em processos mais democráticos e participativos”, ressaltou.  Ele integrou, na manhã desta quinta-feira (10/12), a conferêcia Estratégias de coordenação, implementação e acompanhamento de políticas descentralizadas e participativas de garantia de direitos e proteção social.

Dowbor – um dos convidados do Seminário Internacional Sistemas de Proteção Social: desafios no contexto latino-americano, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - dissse que é louvável que a máquina pública federal tenha em seu quadro pessoas que conhecem os movimentos sociais, pois isso garante eficiência no que se refere a levar as políticas públicas às camadas mais vulneráveis da população.  “Há cerca de 60 milhões de pessoas nesse ‘quarto mundo brasileiro’ sem carteira de identidade, endereço postal ou conta bancária. Então, é necesssário gerar sistemas de capilaridade para que as políticas e serviços cheguem a essas comunidades, muitas vezes completamente isoladas”, destacou. “E isso leva tempo, pois o grande problema de fazer política para a sociedade não é o dinheiro, e sim a capacidade de gestão”, complementou.

O  desenvolvimento local dos territórios como um oportunidade de melhorar as gestões também foi destacado pelo especialista. Confrontando a forma individual de as comunidades do campo resolverem seu problemas com o modo com que os moradores da cidade vivem, Ladislau Dowbor disse que a urbanização é um sistema de consumo coletivo. “Apesar  de tudo que se diz sobre globalização, muita coisa ocorre em nível local: a urbanização da rua é local, a qualidade da cultura e da educação da nossa cidade é local, a  produção dos hortifrutigranjeiros é local”, exemplificou. “Estamos tomando consciência de que, com a urbanização, podemos aproveitar um tipo de oportunidade em que cada Município possa gerar um sistema racional integrado de administração,  apropriando-se  com isso de grande parte das dinâmicas da gestão pública”.

O Seminário Internacional Sistemas de Proteção Social: Desafios no Contexto Latino-americano reúne, na capital federal, até sexta-feira (11), acadêmicos, especialistas e pesquisadores que desenvolvem atividades pertinentes à temática abordada, representantes de organismos internacionais, implementadores de políticas públicas na América Latina, organizações não governamentais e representantes de fóruns e conselhos nacionais de políticas e defesa de direitos sociais.    

Rogéria de Paula

SERVIÇO

Seminário Internacional Sistemas de Proteção Social: desafios no contexto latino-americano /  MDS e BIDData: 08 a 11 de dezembro de 2009   (terça a sexta-feira)
Local: Complexo Brasil 21 , Setor Hoteleiro Sul, Quadra 6 -  Brasília

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