O projeto de construção de cisternas do Governo Federal, na avaliação do presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Geraldo Lyrio Rocha, transforma, de fato, a vida de famílias brasileiras na região do Semiárido. A afirmação foi feita durante visita da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, à sede da instituição em Brasília, nesta quarta-feira (14/4). Ambos conversaram sobre a importância da consolidação da política pública de assistência social para o atendimento a famílias em todo o País. O arcebispo contou suas experiências ao viajar para Municípios onde há cisternas.

“A CNBB tem sido uma voz respeitada no Brasil, sobretudo porque estamos voltados para as grandes questões nacionais, não apenas as questões internas da Igreja Católica”, acrescentou Dom Geraldo Lyrio, que é filósofo, teólogo e possui mestrado em filosofia. Para a ministra, não há dúvidas de que a igreja tem um papel fundamental na busca pela coerência política. “Historicamente, a assistência social foi confundida com benemerência, clientelismo, assistencialismo. A ideia é romper com essa lógica e consolidar a assistência social como dever do Estado, mantendo parcerias, claro”, disse Márcia Lopes.

Cisternas – Como alternativa para solução de acesso a recursos hídricos para a população rural dispersa do Semiárido, a cisterna é uma tecnologia popular para a captação de água da chuva. Construída com placas de cimento, permite armazenar 16 mil litros de água, o suficiente para o uso de uma família de cinco pessoas durante o longo período da seca que se estende por até oito meses. Recentemente, os Estados da Bahia, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte foram selecionados no Edital Público nº 05/2010, publicado pelo MDS em fevereiro deste ano, para receber R$ 37 milhões para a construção de cerca de 27 mil cisternas.

Atualmente, há cerca de 338 mil unidades instaladas no País, das quais 288 mil foram construídas com recursos do MDS. Quanto à execução orçamentária do Ministério, Márcia Lopes afirmou que é algo em torno de R$ 38 bilhões. Sobre isso, Dom Geraldo Lyrio lembrou: “É sempre bom saber que essas conquistas não são apenas pelo esforço do trabalho, mas porque tem a mão de Deus”.

Estados e Municípios – Após o encontro na CNBB, ainda na manhã desta quarta-feira, a ministra Márcia Lopes participou de reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). A comissão é formada por representantes dos governos federal, estaduais e municipais. “Aproveito este momento para reafirmar o nosso compromisso. Darei continuidade ao trabalho do ex-ministro Patrus Ananias, dialogando com Estados, Municípios, ouvindo o que acontece no âmbito da gestão estadual e municipal”, disse.

Aline Menezes

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