Tristeza, depressão, solidão, falta de dinheiro. Vera Lúcia da Costa Alves, 37 anos, casada, uma filha, residente na área rural de Córrego do Palmeira, município de Taparuba (MG), não conseguia se livrar desses problemas, até começar a assistir aulas de pintura, há um ano e meio. “Eu queria aprender alguma coisa. O curso me ajudou muito. Me sinto útil”, relata Vera, lembrando que quando criança e adolescente sonhava em pintar, mas não teve oportunidade. Ela foi proporcionada, finalmente, pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do Município.
Vera Lúcia é uma das cerca de 1.500 pessoas atendidas pelo CRAS de Taparuba, cidade localizada na Zona da Mata de Minas Gerais. Ela procurou a unidade – implantada com apoio financeiro do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) – recebeu orientações e logo começou a participar das aulas de pintura em tecido. A convivência com a professora e outras alunas do curso e com profissionais do Centro de Referência trouxe ocupação e perspectivas para a dona-de-casa, que agora trabalha e lucra com a venda de sua produção.
Vera Lúcia pensa no futuro e se prepara. Em breve, fará novos cursos lá mesmo, no CRAS. O próximo será de vagonite (espécie de bordado em que se introduz a linha entre os fios de um tecido especial a fim de formar desenhos decorativos). “Antes, ficava com a mente distraída: minha filha na escola, meu marido na roça...e eu sentindo aquele vazio”, relembra. A mudança foi tão significativa que atualmente ela toma apenas um dos cinco medicamentos que, por ordem médica, ingeria diariamente.
Em fevereiro, o CRAS de Taparuba completou quatro anos de existência com muitas vitórias a comemorar. O curso de pintura em tecido já formou mais de 200 mulheres. Algumas alunas vendem a produção e recebem encomendas de outras cidades. O Centro oferece também cursos de manicure, crochê e cartolinas emborrachadas para moradores da zona urbana e também da rural. Na unidade, também são atendidos beneficiários do Programa Bolsa Família e do Projovem Adolescente, ambos coordenados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Em Taparuba – localidade com cinco mil habitantes – o CRAS tem uma estrutura enxuta: 12 funcionários, entre coordenador, psicólogo, atendentes, gestor do Bolsa Família e monitores das oficinas. Como acontece em todos os outros Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), a equipe faz o atendimento a famílias de baixa renda e em situação de vulnerabilidade social, inclusive crianças, idosos, portadores de deficiência, moradores da cidade, da zona rural e de povoados como Três Barras e Santana Brava.
Luzete Maria, 56 anos, casada, cinco filhos e um neto, há dois anos freqüenta o CRAS. “Fiz curso de crochê. Não sabia nada de crochê e hoje faço perfeitamente, tenho até diploma”, se orgula. Com apenas a quarta série do primário, a dona-de-casa se sente mais contente e entende que aprender, participar e conviver no Centro é sempre uma boa terapia. Recebe encomendas frequentes de crochê e fará, em breve, um curso de vagonite.
“Procuramos atender bem a quem nos procura, oferecendo atividades, incentivando, acolhendo, mostrando o outro lado da vida”, comenta a diretora do CRAS, Maria Márcia da Silva. A idéia agora é montar uma mini-padaria e uma fábrica de sabão. “Temos o apoio da Prefeitura. Seria uma benção para a cidade conseguirmos esses empreendimentos”.
O CRAS de Taparuba funciona na Avenida Arminda Medeiros, 141, Centro, 33-3314-8000,
e- mail cras.taparuba@hotmail.com.
Minas Gerais - O MDS repassa recursos para 378 Centros de Referência de Assistência Social em Minas Gerais. Em todo o País, eles também são conhecidos como “Casa das Famílias” por serem a porta de entrada para os serviços socioassistenciais. O Estado de Minas Gerais recebe, por ano, R$ 2,9 bilhões do Ministério para executar programas sociais. As ações nas áreas de transferência de renda, assistência social e segurança alimentar beneficiam 9,2 milhões de pessoas. O Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do Brasil, transfere por mês R$ 76,1 milhões para 980 mil famílias mineiras.
Súsan Faria
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