A batida forte é sua principal característica. Movimentos rápidos, sincronizados, de pernas, braços, ombros e cabeça dão ritmo ao “street dance”, ou simplesmente “dança de rua”. Crianças e adolescentes integrantes do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) que moram no Mato Grosso do Sul estão tendo a oportunidade de aprender os passos da dança, que além de promover o resgate da autoestima, proporciona integração social. A iniciativa faz parte do projeto “Conexão Dança em Rua”, da Fundação de Cultura daquele Estado.
Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) integra a Proteção Social Especial, do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), e promove ações socioassistenciais com foco na família, potencializando os vínculos familiares e comunitários. O programa atende famílias com crianças e adolescentes - que tenham até 16 anos - retirados das diversas situações de trabalho. O PETI está inserido num processo de resgate da cidadania e promoção de diretos de seus usuários, bem como de inclusão de suas famílias.
As oficinas do “Conexão Dança em Rua” são desenvolvidas pelo coreógrafo Edson Clair, idealizador do Projeto. São ministradas aulas de iniciação de street dance, que abordam ritmo, noção espacial, nomenclatura, criadores, estilos e coreografia. Na sequência, as aulas são direcionadas aos coreógrafos da cidade, com noções de percepção musical, criação de figurinos, entre outros. A idéia, segundo Edson, é criar multiplicadores, ou seja, profissionais qualificados a repassar os conhecimentos a um número maior de pessoas.
Uma dessas “multiplicadoras” é Elízia Fernanda Ferreira. Ela trabalha como instrutora e monitora de dança e atualmente ministra aulas de street dance na sede do PETI do município de Nova Andradina (MS).
A professora considera o trabalho com crianças e adolescentes carentes um grande desafio. “A aula de dança é um dos momentos mais felizes para os alunos, o que me traz muito orgulho. O trabalho em grupo é fundamental no meio social em que vivem. Promove o resgate da autoestima e a inserção social”. Já Edson Clair ressalta que a dança de rua, por ter uma linguagem cultural de apelo muito popular, exerce grande atração sobre os jovens, o que ajuda a atraí-los para os cursos. “É uma forma de estimular a formação de grupos de dança e ocupar os jovens de forma sadia”.
Aluna nota 10 - Uma das alunas mais assíduas do curso de street dance é Jaqueline Soares da Silva, de 11 anos. “Vou todos os dias, mesmo se estiver trovejando. Não perco minhas aulas por nada deste mundo”, diz a garota, que devido a seu empenho ganhou o título de “aluna nota 10”. Jaqueline, que já faz aulas de violão e teatro no PETI, acredita que a dança vai ajudar a “aprimorar” seu lado artístico. “Quero investir nessa área”, sonha.
Também matriculado no curso, Felipe Eduardo Virgílio, de 9 anos diz que “adora” as aulas e considera “emocionante” aprender passos novos. “Todo dia é uma novidade, uma coreografia diferente que aprendemos. Estou muito feliz em participar. Fico ansioso, esperando o horário da aula”. Ricardo dos Santos, pai de Felipe, considera a participação do filho na atividade muito benéfica. “O rendimento dele na escola melhorou muito. Ele está mais concentrado, mais interessado nos estudos. Considero tudo muito positivo”, diz.
O projeto “Conexão Dança em Rua” já visitou 15 cidades do Mato Grosso do Sul. São elas: Glória de Dourados, Corumbá, Três Lagoas, Jardim, Paranaíba, Nova Andradina, Fátima do Sul, Bonito, Costa Rica, Sidrolândia, Aparecida do Taboado, Ponta Porá, Coxim, Rio Negro e São Gabriel do Oeste.
Em Nova Andradina as aulas, iniciadas em março, serão ministradas até novembro. A média de alunos por cidade, segundo o professor Edson Clair, é de 100 alunos.
Júnia Almeida
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