Secretária Ana Lígia Gomes, do MDS, convoca gestores da Assistência Social a lutarem contra o preconceito na área


Christiano Wilke / STDS


“Há, ainda, um profundo preconceito na área de Assistência Social”. A afirmação foi feita pela secretária nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Ana Lígia Gomes, nesta quarta-feira (25/3), em Fortaleza (CE), durante o Encontro Estadual de Gestores Municipais das Políticas Públicas do Trabalho, Assistência Social e Segurança Alimentar e Nutricional. Representando o ministro Patrus Ananias, a secretária apresentou o tema “Os novos desafios das políticas públicas de combate à pobre no século XXI” para cerca de 700 pessoas, entre gestores estaduais e municipais, e integrantes de universidades e de outras organizações.

Para Ana Lígia os maiores desafios a serem enfrentados são a superação da cultura do clientelismo, a profissionalização da área e a

Secretárias Ana Lígia (MDS) e Fátima Catunda (STDS) e o reitor Francisco Araripe (UFC) foram os convidados do último dia do encontro na capital cearense

capacitação com qualidade - através do Plano Setorial para Qualificação para Beneficiários do Programa Bolsa Família (Planseq) - das famílias que recebem o benefício, para que realmente estejam preparadas para o mercado de trabalho.

A intervenção do Estado em ações que garantam política social, segundo Ana Lígia, sempre se dará enquanto houver desigualdades sociais. “O Governo Federal está cumprindo a Constituição”, destacou a secretária. Para ela, é fundamental que o crescimento econômico e social cresçam e caminhem juntos. “Os pobres não podem pagar por qualquer crise econômica. Essas pessoas se tornaram visíveis desde a implementação do Bolsa Família – programa que tem os resultados reconhecidos por muitas pesquisas”, finalizou.

Avanços - Umas das participantes do evento, Lucineide Batista de Oliveira, secretária de Assistência Social de Farrapas – cidade a 500 km de Fortaleza – reconhece que houve avanços significativos na área social em seu Município. Atualmente, a cidade conta com um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e não há crianças em situação de trabalho infantil.

“Precisamos, agora, estreitar o diálogo entre os coordenadores do Bolsa Família e os governos”, reivindicou Lucineide que elogiou a iniciativa do encontro por ser uma oportunidade de adquirir mais conhecimento para o desenvolvimento dos serviços.

Em sua primeira gestão na Assistência Social, a secretária de Trabalho de Desenvolvimento Social de Aurora – cidade a 466 km da capital cearence - Maria do Socorro Macedo Santos pretende impulsionar a área social da localidade. “ Vim aqui para aprender”, afirmou ela, que como primeira iniciativa pretende implantar o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) na cidade.

Parceria – Também nesta quarta-feira (25) - último dia do encontro - o governo do Estado do Ceará e a Universidade Federal do Ceará (UFC) assinaram um convênio de cooperação técnica para a realização de um curso de especialização em Planejamento e Gestão da Política Pública de Assistência Social. O curso terá a duração de 480 horas.

“O Estado dá um passo pioneiro em políticas públicas”, destacou a secretária Estadual de Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), Fátima Catunda. Para o reitor da Universidade, Francisco de Assis Moura Araripe, é importante que outras instituições tenham a mesma iniciativa. “Esta é uma obrigação das universidades”, disse Araripe.

Fechando a programação do evento, o diretor da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania do MDS (responsável pela coordenação do Bolsa Família), Antônio Carlos de Oliveira Júnior, falará sobre a execução do programa de transferência de renda naquele Estado.

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