Brasil apoia criação de fundos de financiamento para países em desenvolvimento

Ministro Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, pediu empenho da comunidade internacional para o combate à pobreza

Bruno Spada / MDS


“O Brasil apoia a ideia dos mecanismos financeiros inovadores como instrumento não apenas para o desenvolvimento, mas também para o reforço da solidariedade internacional. Descobrir novas fórmulas que impulsionam os esforços para a consecução das metas de desenvolvimento do milênio deve ser o norte orientador de todos os países”. Estas foram as palavras proferidas pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, nesta quinta-feira (28/5), em Paris (França), durante a abertura do encontro “Mais solidariedade para combater a crise”, nome dado a 6ª Reunião do Grupo Piloto sobre Taxação Solidária para Financiar o Desenvolvimento. Participam do encontro ministros e representantes de 55 países tão diversos quanto Nicarágua, Madagascar, Suíca, Índia, Libéria, Equador e Alemanha.

O presidente da reunião, Bernard Kouchner, disse que a crise exige uma regulamentação da economia, com “sabedoria, coragem e racionalidade”. Ele lembrou os compromissos assumidos na rodada de Doha e pediu que, num curto prazo, os países membros criem um fundo: “E uma obrigação moral”, declarou.

O ministro brasileiro lembrou que as redes de proteção e promoção social têm contribuído para o

O ministro Patrus lembrou que as políticas sociais dinamizam a economia ao fortalecer o mercado interno

enfrentamento da crise porque as políticas sociais dinamizam a economia ao fortalecer o mercado interno. “O presidente Lula tem sido incansável na promoção da mobilização internacional contra a fome e a pobreza”, afirmou.

Em entrevista a correspondentes brasileiros sediados na capital francesa, o ministro Patrus falou sobre a importância do evento. “Um encontro como este pode mobilizar recursos porque o mundo está cobrando ações mais enérgicas. Os recursos apareceram para tampar os buracos da crise internacional. É necessário que apareçam também para o combate à fome, à pobreza e à desnutrição”, afirmou. “É preciso incluir para crescer, é preciso que haja consumidores, mercado interno”, lembrou o ministro Patrus.

O ministro de assuntos estrangeiros da Espanha, Miguel Angel Moratinos, pediu pressa: “Não podemos esperar a crise acabar”. O representante do Chile afirmou que os países da América Latina são especialistas em crises, mas lembrou que desta vez ela foi provocada pelos países ricos e pode afetar duramente os 38 milhões de latino-americanos que deixaram a pobreza extrema nos últimos cinco anos – 37% deles (ou 14 milhões) são brasileiros, como lembrou o ministro Patrus em sua fala.

O encontro começou nesta quinta-feira (28) e é organizado pelo governo francês, que preside o Grupo Piloto atualmente. O assessor internacional do MDS, Valdomiro Sousa, acompanhará as discussões até sexta-feira (29), último dia da reunião.

Durante a Conferência de Paris, em fevereiro de 2006, foi formado um grupo piloto para discutir financiamentos inovadores para ajudar países em desenvolvimento. Ao ano, dois bilhões de dólares contribuem, por exemplo, com a vacinação de mais de 100 milhões de crianças e tratamento pediátrico para 100 mil pacientes de AIDS. Os organizadores do encontro avaliam que, em tempos de crise econômica e financeira, financiamentos inovadores são essenciais para formar uma rede de segurança nos países em desenvolvimento.

Roberta Caldo

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