Inclusão bancária vai atender 4 milhões de beneficiários do Bolsa Família

Além de facilitar a abertura de contas bancárias, a iniciativa abre portas para o futuro dos beneficiários, que poderão ter acesso ao microcrédito

Ana Nascimento / MDS  

Foto Esquerda: O ministro Patrus Ananias entrega para Erivânia Silva o kit com materiais informativos financeiros
Foto Direita: Erivânia Silva conta sua história observada pela presidente da CAIXA, Maria Fernanda Coelho, o presidente do BC, Henrique Meirelles, e o ministro Patrus Ananias

Ter acesso a conta bancária, poupança e até a linhas de microcrédito. O que parece comum para parte da população era apenas um sonho para Erivânia Alves da Silva. Aos 27 anos, a moradora de Nossa Senhora do Socorro, na região metropolitana de Aracaju (SE), cursa o ensino médio, trabalha como diarista e luta para sustentar, sozinha, a filha de sete anos. Beneficiária do Bolsa Família há três anos, Erivânia recebe R$ 90, por mês, do programa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e acaba de abrir sua primeira conta em banco, já de olho no futuro: “Estou achando maravilhoso porque é uma oportunidade de guardar dinheiro. Porque dinheiro na mão, você sabe, né? Não pára. Agora não. Quero guardar para a educação da minha filha, para comprar o material escolar no final do ano”, diz ela.

Nesta terça-feira (28/10), Erivânia teve um dia especial. Deixou Sergipe para estar em Brasília e participar do lançamento do Projeto de Inclusão Bancária, que vai aproximar os beneficiários do Bolsa Família ao Sistema Financeiro Nacional. Ao lado do ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Patrus Ananias, e dos presidentes do Banco Central, Henrique Meirelles, e da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, Erivânia falou sobre o significado de ter conta bancária: “é muito importante porque eu vou poder deixar um pouquinho do meu dinheiro guardado, pensar mais no futuro”.

Quem também comemora é a beneficiária Luciene Teixeira da Silva, moradora de Formosa (GO) e uma das participantes do encontro em Brasília nesta quarta-feira. Mãe de três filhos, ela está no programa há seis anos, recebe R$ 134 por mês do Bolsa Família e já tem conta na CAIXA.

A meta é atender 4 milhões de beneficiários até o final de 2010. Ao participar da inclusão bancária, a família passa a receber o benefício em conta corrente e não precisa mais retirar todo o valor de uma só vez. Além de ser isenta de taxas, a conta permite até quatro saques sem tarifa por mês e o beneficiários também pode usar o cartão de débito para fazer compras no comércio, como em farmácias e padarias, por exemplo. Os correntistas não vão ter acesso a talão de cheques.

O projeto começou com uma experiência piloto em Belo Horizonte (MG), em 2008, com a inclusão bancária de cerca de 4,5 mil famílias. Uma pesquisa realizada pela CAIXA mostrou que 98% desses beneficiários aprovaram a idéia. E, por já estarem acostumados ao cartão do Bolsa Família, eles não apresentaram dificuldade em utilizar a conta corrente. Atualmente, 2,01 milhões de beneficiários que têm a conta simplificada da CAIXA já recebem o repasse mensal em conta.

Com o Projeto, o MDS vai realizar uma série de ações para incentivar a abertura de contas junto aos beneficiários e ensinar como lidar melhor com o dinheiro. Um exemplo é a cartilha que foi criada para explicar o funcionamento dos serviços financeiros. Além disso, os beneficiários que têm CPF válido vão receber uma mala direta com informações sobre como abrir a conta.

O ministro Patrus Ananias fez a entrega do primeiro kit do Projeto de Inclusão Bancária para Erivânia. O sorriso que recebeu de volta é a prova do maior benefício do projeto: a melhora na autoestima e na dignidade das famílias. “As pessoas deixam de ser beneficiárias de um programa e passam também a ser clientes de um banco, das agências bancárias. As pessoas passam a ter uma relação mais profissional com o dinheiro. Em vez de receber o benefício todo de uma vez, elas podem fazer saques, e com isso podem ter uma relação mais estratégica com seus recursos até no sentido de fazer uma poupança”, afirmou o ministro.
A abertura de conta é a ante-sala de um objetivo maior: o microcrédito, como bem destacou o ministro. “A idéia é capacitar os beneficiários do Bolsa Família, ensinar técnicas financeiras básicas, cálculos, valor de produtos, para que elas possam depois entrar em programas mais emancipatórios, como são os programas de microcrédito, que possibilitam inclusive que as famílias possam montar os seus negócios”, ressaltou Patrus Ananias.

Para a presidente da CAIXA, Maria Fernanda Ramos Coelho, mais do que um desafio, o Projeto de Inclusão Bancária é uma oportunidade. “A CAIXA é uma instituição pública que tem como missão atuar na diminuição da desigualdade social. O Programa Bolsa Família tem sido um grande desafio e também uma oportunidade de exercitar essa nossa missão”, diz ela. Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, afirma que a bancarização dos beneficiários do Programa Bolsa Família tem reflexos ainda maiores: “é importante o processo de inclusão financeira porque é um mecanismo de melhora de vida da população e, por conseqüência, da economia do país”.

O decreto que regulamenta o Projeto de Inclusão Bancária está sendo finalizado com a participação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e da CAIXA, além do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional, e deve ser assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro Patrus Ananias ainda nesta semana.

Flavia Metzker

Para mais informações, acesse o site do MDS:
http://www.mds.gov.br/sites/seminario-bolsa-familia

 

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