Seminário debate estratégias para identificar população excluída de políticas sociais

 
  Ana Nascimento / MDS
    Abordagens sobre focalização de programas de transferência de renda, políticas de inclusão da população negra, métodos utilizados na pesquisa sobre a população em situação de rua, e estratégias de mensuração e análise da pobreza foram os temas de um dos painéis do último dia do Seminário Internacional Sistemas de Proteção Social: desafios no contexto latino-americano. Os temas integraram um dos painéis do encontro promovido, em Brasília (DF), pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A palestrante Julia Johannsen, representante do Setor Social do BID, destacou que é necessário adotar índices compostos nas avaliações de resultados, mesmo que seja usado apenas um critério para identificar a população a ser atendida. Ela revelou que os índices compostos sempre apontam melhores resultados nas comparações para medir a focalização dos programas.

As diferenças de índices da população branca em relação à negra foram apresentadas por Maria Inês Barbosa, do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), para lembrar que o racismo é estruturante nas relações sociais nos países da América Latina e Caribe. Inês Barbosa considera fundamental estabelecer metas para a superação da desigualdade racial. Ela propôs a criação de acordos internacionais para a inclusão social e o desenvolvimento das vítimas do racismo.
Maria Inês Barbosa (Unifem): “O Bolsa Família, embora não tenha sido criado para atender especificamente a população negra, atingiu esse publico”
     

“O Bolsa Família, embora não tenha sido criado para atender especificamente a população negra, atingiu esse publico”, disse a representante do Unifem. Levantamento do MDS mostra que 71% das cerca de 11 milhões de famílias beneficiadas pelo programa eram negros e pardos.

“As redes sociais são importantes para entender os mecanismos de reprodução da pobreza, como também nos permite chegar a grupos específicos”, defendeu o diretor do Centro de Estudos da Metrópole do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento da Universidade de São Paulo, Eduardo César Marques. Em sua opinião, as redes sociais são instrumentos que podem permitir o acesso da população excluída a mercado de trabalho e a serviços, como educação, saúde e assistência social. Diretor do Instituto de Pesquisa Meta, Flávio Silveira, apresentou as estratégias usadas para identificar a população de rua e construir o primeiro Censo Nacional da População em Situação de Rua do Brasil.

Roseli Garcia

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