Agricultores familiares do DF e Entorno ganham
centro de apoio financiado pelo MDS



Fotos: Bruno Spada / MDS  
 
Ministro Patrus: “Nenhum país é soberano senão tiver
soberania alimentar”
João Caetano está confiante de que agora vai poder melhorar sua plantação


O agricultor João Caetano da Silva, 51 anos, conhece os princípios básicos para fazer uma boa plantação. Mas, nunca teve oportunidade de aprender novas técnicas para melhorar a produção. Essa lacuna, porém, está sendo preenchida. João Caetano é um dos 40 alunos do curso de Segurança Alimentar, promovido pelo Centro de Apoio à Agricultura Urbana e Periurbana (CAAUP), inaugurado nesta quarta-feira (26/8) pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, no Campus da Universidade de Brasília (UnB), em Planaltina (DF).

Morador do assentamento Florestal Fernandes, em Unaí (MG), Caetano está confiante de que agora vai poder melhorar sua plantação. “Tenho horta e criação de galinhas. Quero conhecer novas técnicas para meu trabalho render melhor”. A mesma expectativa tem a agricultora Jovelina Cordeiro, 68 anos, que vive no assentamento Filho da Terra em São João Gabriel (GO). “Quero aumentar a produção de milho e feijão”.
Para o ministro Patrus Ananias, a inauguração do centro é resultado da prioridade que o Governo Federal dá às políticas sociais. “Nenhum país é soberano senão tiver soberania alimentar”, disse o ministro, acrescentando que o Brasil está erradicando a fome e cumprindo as metas do milênio estipuladas pela Organização das Nações Unidas (ONU). A secretaria-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Arlete Sampaio, destacou a importância da parceria com a UnB neste projeto. “Vejo com satisfação o Ministério trabalhar para atender a demanda da população para o acesso à alimentação”.
O Centro nasceu a partir do Projeto Tecendo Redes Agroecológicas de Agricultura Periurbana em Assentamentos e Pré-Assentamentos do DF e Entorno, desenvolvido pelo Grupo de Trabalho de Apoio à Reforma Agrária da UnB. O projeto foi aprovado pelo MDS, que iniciou a parceria com a Universidade. O centro vai desenvolver trabalho com 732 famílias de oito assentamentos e pré-assentamentos em três microrregiões: Distrito Federal, Unaí (MG) e Formosa e Água Fria (GO). “A universidade só funciona se for aberta à cidadania. E somente a articulação forte de movimentos sociais e instituições podem resultar na implementação de projetos como esses”, ressaltou o reitor da UnB, José Geraldo Júnior.

O objetivo do Centro é fomentar empreendimentos produtivos, formar agricultores, realizar assistência técnica, monitorar e avaliar ações da área. Além disso, nesse tipo de unidade, trabalha-se com duas diretrizes: uso de tecnologias de bases agroecológicas e mobilização comunitária com foco em economia solidária. Com isso, é possível promover a produção de alimentos para o autoconsumo, o abastecimento de Restaurantes Populares e Cozinhas Comunitárias e vendas de excedentes no mercado local.
O curso sobre segurança alimentar, que começou nesta quarta e se encerra na sexta-feira (28), será destinado a 40 agricultores familiares representantes dos assentamentos e pré-assentamentos. Com duração de 32 horas, eles terão aulas com técnicos da UnB sobre o que é segurança alimentar, o mercado local da agricultura agroecológica, economia solidária e como calcular o preço de produtos. As aulas serão na Escola Técnica Federal de Planaltina.

Agricultura Urbana – O CAAUP faz parte do Programa de Agricultura Urbana e Periurbana do MDS, que permite a produção de alimentos, de forma comunitária, com uso de tecnologias de bases agroecológicas em espaços urbanos e periurbanos ociosos. Atualmente já foram criados 12 centros em todo o País. Além dos centros, o MDS tem apoiado, desde 2003, a implantação de 4.852 hortas comunitárias, lavouras, viveiros, pomares, canteiros de ervas medicinais, criação de pequenos animais, unidades de processamento/beneficiamento agroalimentar e feiras. Com isso, são beneficiadas 225 mil famílias (cerca de 790 mil pessoas).

Programas -
O Distrito Federal recebe do MDS, por ano, R$ 293,1 milhões para execução de programas sociais. As ações nas áreas de transferência de renda, assistência social e segurança alimentar beneficiam 365 mil pessoas. O Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do País, transfere por mês R$ 6,1 milhões para 79 mil famílias do DF.

Para os programas de assistência social até julho de 2009, o Ministério destinou R$ 123,5 milhões para realizar 85,9 mil atendimentos no Distrito Federal. Os repasses em segurança alimentar alcançam R$ 3,7 milhões, atendendo 18,5 mil pessoas. O Restaurante Popular na Vila Estrutural recebeu R$ 1,8 milhão. O objetivo é proporcionar à comunidade, alimentação saudável a preços populares.

Dimas Ximenes


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